Crise econômica precisa ser enfrentada com foco no meio ambiente, defende senadora

15/08/2009 - 1h46

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A senadora Marina Silva(PT-AC) considera que não há como separar a criseeconômica da ambiental. A avaliação foi feita hoje (15) emdebate sobre clima e meio ambiente, promovido pelo Movimento dosTrabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Os trabalhadores rurais estão acampados em Brasília desde a última segunda-feira (10).“A crise econômicaé grave e precisa ser enfrentada e resolvida e a criseambiental também. Uma não é em oposiçãoa outra. As coisas têm que ser integradas. Não que háse por em oposição desenvolvimento e preservação.É parte da mesma equação”, disse.No evento, Marinaafirmou que a crise econômica mundial “agora bateu no teto”dos ricos, mas já existia para milhares de pessoas que morremde aids na África, para aqueles que vivem com menos de 1 dólar por dia, entre outras situações depobreza. Segundo a senadora, oBrasil tem condições para iniciar um processo dedesenvolvimento sustentável e que é uma mudançade “envergadura civilizatória”. “Estamos diante de umaesquina ética. O nosso compromisso com as geraçõesfuturas nos levará a duas decisões: ou não nosimportamos com a possibilidade de inviabilizar a vida na Terra, ounos importamos e começamos a fazer as mudanças que nósqueremos ver no futuro”. Marina acrescentou que“as pessoas acham que, para fazer algo que ainda não foifeito, tem que ser em oposição ao que já foiconquistado”. “A vida não é assim. Os processos sãocumulativos e tem que trabalhar com os acúmulos positivos dediferentes governos e períodos”, acrescentou.Após participardo evento, Marina disse à imprensa que não vaiprolongar por muito tempo o anúncio de sua decisãosobre a possibilidade de troca de partido. Ela afirmou que atéo início da próxima semana tomará sua decisão. No discurso, a senadora citou o sociólogo francês Edgar Morin aoafirmar que "a mudança, no começo, é apenas um desvio". Ao final, asenadora declamou, de pé, um poema em que ela se compara ao arco e àflecha. Marina disse que ela é arco quando impulsiona a flecha para o alvo edisse, ainda, que dará o melhor dela. A senadora relatou que agiu como arcoquando, por exemplo, enviou uma carta aberta ao presidente Luiz InácioLula da Silva para defender vetos a artigos da MedidaProvisória 458, que trata da regularização fundiária de terras públicasda Amazônia Legal.O papel de flecha, Marina disse desempenhar quando é liderada por um bom projeto ou boas ideias.