PMDB recorre de arquivamento contra Arthur Virgílio no Conselho de Ética

13/08/2009 - 1h06

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O PMDBrecorreu da decisão do presidente do Conselho de Ética,Paulo Duque (PMDB-RJ), de arquivar a representação dopartido ao colegiado contra o líder do PSDB, Arthur VirgílioNeto (AM). Os peemedebistas defendem que o tucano, por ter confessadoem plenário que pagou salário de um funcionáriolotado em seu gabinete quando o jovem fazia um curso na Espanha,justifica a abertura de processo contra o parlamentar.Opresidente do conselho argumentou em seu parecer que já existeuma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a questãodo pagamento indevido do salário ao ex-funcionário doSenado. Segundo ele, parecer do ministro Cesar Peluso afirma que nocaso de uma pessoa confessar um delito praticado e ressarcir oscofres públicos do prejuízo causado, antes de sernotificado, a ação penal automaticamente deixa deexistir.Esseargumento entretanto não convenceu os peemedebistas. O senadorWellington Salgado (MG), um dos integrantes do Conselho de Ética,defende que as denúncias apresentadas pelo partido contra olíder tucano são tão graves quanto as que foramencaminhadas pela oposição ao colegiado contra opresidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).“Queremossaber qual é a ética no Senado Federal. Não sepode ter uma posição 'camaleônica', onde se mudade opinião de acordo com a pessoa”, afirmou Salgado. “Querdizer que, nos casos dos 'mensaleiros' [pessoas processadas apartir de investigação da CPI dos Correios], ésó devolver o dinheiro?”, argumentou o peemedebista numacomparação com o caso de Arthur Virgílio.Jáo presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), afirmou que opartido não está preocupado com o arquivamento darepresentação contra o líder do partido. Eledescartou a possibilidade de qualquer acordo para livrar Sarney dasinvestigações requeridas ao conselho pela preservaçãodo senador Arthur Virgílio.“Vamosvotar [os recursos apresentados ao conselho] com a nossaconsciência, quem tem voto que assuma seu papel”, afirmou otucano. Outra avaliação da bancada é de que nãocabe mais qualquer bate-boca, sobre o ocorrido na semana passadaentre Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Renan Calheiros (PMDB-AL) sobre acrise no Senado.“Nãoqueremos ir por esse caminho e essa decisão não tem aver com qualquer acordo, mas com procedimentos”, disse oparlamentar.