Doença deve servir para país ampliar vacinação contra gripe, diz médica do Amazonas

13/08/2009 - 14h54

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Apesar dostranstornos que a pandemia de influenza A (H1N1) – gripe suína– trouxe ao Brasil, a doença precisa deixar a liçãode que é preciso ampliar a vacinação contra agripe comum no país, segundo a presidente do Sindicato dosMédicos do Amazonas, Auxiliadora Brito.Ementrevista à Agência Brasil, a médicaconsiderou que, se a vacinação contra a gripe jáestivesse ampliada para toda a população, menos pessoasestariam atualmente procurando ajuda nas unidades de saúde. Há11 anos, a campanha nacional de vacinação édirecionada apenas para pessoas com idade superior a 60 anos. Issoporque, de acordo com o Ministério da Saúde, o grupoconstitui maior risco de desenvolver as formas graves e complicaçõesda doença.“Se maispessoas puderem ter acesso à vacinação contra agripe sazonal, vamos ter organismos mais resistentes. Poderemosevitar que situações como a da gripe A se espalhem deforma tão preocupante e que se misturem a outros casos degripe comum.”Nasúltimas semanas, em Manaus, onde vivem quase dois terçosda população do Amazonas, a procura pelas unidades desaúde aumentou de forma expressiva tanto na rede públicaquanto na privada. Ela observou ainda que a semelhança desintomas das gripes dificulta o atendimento nos pronto-socorros ehospitais.“Osindicato representa uma espécie de termômetro daspreocupações dos médicos. Muitos deles têmse sentido sobrecarregados, além de estarem com maisdificuldades para acomodar os pacientes, seja na rede públicaou particular.”Mesmo comas preocupações apresentadas, o Sindicato dos Médicosavalia como positivas as ações das secretarias de saúdede Manaus e do Amazonas para prevenir a doença. “As pessoasnão estão perdidas. Aqui o comitê [ComitêEstadual de Prevenção e Controle da gripe A]tem sido bastante atuante.”Naavaliação da presidente da Cooperativa dos EnfermeirosIntensivistas do Amazonas (Coopenfint), Suzany Teixeira, o combate àinfluenza A (H1N1) – gripe suína – no país nãodepende somente da preparação das unidades e dosprofissionais da área da saúde, mas também doapoio da população em seguir os cuidados divulgadospelo Ministério da Saúde.“Cadacidadão tem papel fundamental nessa batalha. [Melhor]se puder, evitar viagens aos locais de maior risco, usar as máscarase dar mais atenção às crianças, grávidase idosos em casa”, disse. “Todos nós estamos sujeitos aesse problema. Espero que isso sirva de lição tambémpara mudar a cultura dos brasileiros porque orientaçãoe prevenção são sempre necessários”,completou.