Descoberta de novos atos secretos repercute entre senadores

13/08/2009 - 20h04

Ivan Richard e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Olíder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), afirmou hoje (13) que osurgimento de mais 468 atos secretos pode ser uma manobra para queninguém seja punido. Senadores do PMDB, partido do presidente daCasa, José Sarney (AP), pediram, entretanto, investigação dura para descobrir dequem é a responsabilidade sobre esses atos que não tiveram a devidapublicação.Arthur Virgílio disse que estranhou o fato de todo os atossecretos divulgados ontem (12) serem da época em que Antonio Carlos Magalhães, já falecido, presidiu o Senado.“Temo que possa ser uma manobra para embaralhar um quadro que já estámuito confuso”, afirmou o líder tucano. “Quando há conflito, brigam 40 de cadalado, com duas mortes, e acaba não sendo condenado ninguém. É uma táticaruim, típica de culpados.”Ex-presidente do Senado,Garibaldi Alves (PMDB-RN) cobrou uma investigação firme. “Essa apuraçãoprecisa prosseguir. Sei do empenho do senador Heráclito Fortes[primeiro-secretário], mas precisa ser uma apuração para valer. Não sepode ter tantos desdobramentos, como está acontecendo, depois que se considera encerrada uma apuração”, ressaltou.Para Wellington Salgado (PMDB-MG), a existência de atossecretos é reflexo da “crise administrativa” no Senado.“Desde quecomeçou essa crise, digo que ela é administrativa. No dia em que fuipedir atas das reuniões da Mesa Diretora, e elas não existiam, vi queestava tudo errado nessa Casa”, afirmou o senador, que defendeu uma revolução ética e administrativa na instituição. Sobre o envolvimento do falecido senador baiano com a edição de atos secretos, Salgado ironizou: "Para falar com ele [ACM] , vai ter que jogar búzios na Bahia. Isso é covardia.”ÁlvaroDias (PSDB-PR) acredita que que ainda podem surgir informações sobre outros atos secretos. “Fica comprovado que era umaprática usual, uma irresponsabilidade, ausência de transparência edescumprimento da lei. É tanto ato secreto que fica difícil, em umespaço de tempo curto, revelar todos. A fundação [Getulio Vargas,contatada para fazer uma auditoria no Senado] não teve tempo suficientepara investigar tudo”, observou.