Número de mortes vai diminuir no país, afirmam médicos

12/08/2009 - 7h24

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Depois de registrar mais de 100 mortes em todo o país, principalmente entre os meses de junho e julho,especialistas na área de saúde acreditam que o número de óbitos porinfluenza A (H1N1) - gripe suína diminuirá daqui para a frente. Segundoeles, médicos e autoridades sanitárias foram inicialmentesurpreendidos pela doença, mas agora começou-se a entender melhor ovírus e a reconhecer os grupos de pessoas mais vulneráveis.Segundo o chefe do Departamento de Virologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),Davis Ferreira, no começo muitos médicos tratavam pacientes com ainfluenza A – gripe suína – como se estivessem infectados com a gripe comum.  Algumasdessas pessoas, por se tratar de grupos mais vulneráveis à novadoença, como as grávidas, acabaram morrendo.“Agora, o que estáacontecendo é que as pessoas de ‘grupos de risco’ estão sendo tratadasde forma especial. Então, eu acho que as medidas estão acertadas agora.O ‘grupo de risco’ tem que ser olhado com bastante carinho. Essaspessoas não podem voltar para casa se tiverem com sintoma de gripe,devido à alta incidência de pneumonia. E, com essas pessoas sendo bemorientadas e bem cuidadas, acredito que podemos diminuir muito o númerode óbitos por essa gripe”, disse Ferreira.O coordenador daComissão de Saúde Pública do Conselho Regional de Medicina do Rio(Cremerj), Pablo Vazquez, concorda que os médicos não estavam bemorientados para tratar a nova gripe e que agora eles estão melhorpreparados para lidar com a doença.Vasquez acredita que tanto um atendimento melhor quanto o fim do inverno, que ocorrerá em setembro,devem provocar a redução do número de mortes e de casos da influenza A (H1N1) – gripesuína – no país. “Acho que as medidas organizadas pela saúde públicadevem ser o principal motivo [para essa queda de mortes esperada], mas,sem dúvida, não há como negar que a saída da temporada de temperaturasmais baixas estimula o recuo da doença”, disse. O coordenador do Cremerj alerta, no entanto, que a influenza A (H1N1) – gripe suína – ainda não é completamenteconhecida dos médicos e especialistas - ou seja, ainda há muito o quedescobrir sobre essa doença.  “A gente estácriando consensos em relação a uma doença sobre a qual ainda temospouca fundamentação científica. Por isso, ainda não há um protocolototalmente estabelecido. Por conta disso, as orientações estão sofrendomudanças”, afirmou.