MST pede assentamento de 5 mil famílias acampadas no Paraná

12/08/2009 - 20h43

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Representantes do Movimento dosTrabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que estão acampados desde ontem (11) em frente à sede do Instituto Nacional de Colonização e ReformaAgrária (Incra), em Curitiba, entregaram na tarde de hoje (12) uma pauta de reivindicações àsuperintendente regional do órgão, Claudia Sonda. A principal reivindicação domovimento, que participa da JornadaNacional de Lutas pela Reforma Agrária, é o assentamento de 5 mil famílias acampadas no estado.Deacordo com Cláudia Sonda, o Incra  assentou neste ano 178 famílias em quatroimóveis nos municípios de Cândido de Abreu (25 famílias), Candói(12), Cascavel (106) e Guarapuava (35).  Existem ainda outros 70 imóveis que estão emprocesso de obtenção. Ela disse aos manifestantes que o potencial deassentamento dessas áreas é de 6.330 famílias mas depende, no entanto, derecursos orçamentários.O MST também reivindica assistência técnica e infraestruturapara os assentamentos, programa de agroindústrias para beneficiamento da produção da reforma agrária e a destitulaçãode 56 áreas de assentamento tituladas no estado.Deacordo com a superintendente, o Incra prevê aconclusão de 11 parcelamentos - ordenação das famílias em lotes de projetos de assentamentos - até o final deste ano. “O objetivo do Incra é garantir a função social plena nos lotes dareforma agrária nesses assentamentos, com respeito às leis ambientais,trabalhistas e sociais”, garantiu Cláudia.O instituto pretende investir R$ 20,1 milhões em assistência técnica nos assentamentos do Paranáaté 2011. Do total dos recursos, R$ 19,9milhões serão liberados pelo Incra, com umacontrapartida de R$ 201,6 mil do governodo estado.Comrelação à agroindustrialização,o Incra estuda a inserção de projetos de assentamento no programa TerraSol, criado em 2004 para apoiarorganizações de agricultores assentados egarantir a qualificação da reforma agrária no Brasil.Cada área do Incravai definir uma agenda para acompanhamento dos itensabordados nos encontros com o MST. A partir de uma análise crítica caso a caso, serão estabelecidas as prioridades, explicou a superintendente.De acordo com o MST,osagricultores devem permanecer em Curitiba até a próxima sexta-feira (14) para participar, junto com outros movimentos sociais, de uma manifestação contra demissões e pelaredução da jornada de trabalho sem redução de salários. Integrantes domovimento devem se encontrar ainda com representantes do Ministério da Fazendae do governo do Paraná.