Associação diz que pagamento de subvenção a canavieiros do Rio motiva categoria

12/08/2009 - 18h56

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os produtores fluminenses de cana vão receber neste ano, pela primeiravez, subvenção do governo federal referente à cana-de-açúcar colhida eprocessada na safra passada (2008/2009). Até então, apenas oscanavieiros do Nordeste recebiam o Prêmio Equalizador Pago ao ProdutorRural (Pepro), como é chamado o benefício.Segundo o presidente da Associação Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan), Eduardo Crespo, o pagamento do prêmio é um resgate  dointeresse pela atividade dos plantadores de cana do estado, “porque opreço de mercado da cana, nos últimos dois anos, está aquém do custo deprodução”. A subvenção é um “grande prêmio” para os canavieiros, queestavam “completamente descapitalizados e desmotivados” e não buscavamsequer crédito para plantio ou para recuperação da lavoura, disse ele. Elelembrou que o estado tem 400 anos de tradição na produção de cana einformou que a. medida beneficiará cerca de 10 mil plantadores, amaioria concentrada em nove municípios do norte fluminense.Oscanavieiros do estado e suas cooperativas têm prazo até 30 de setembropara pedir à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) o pagamento dasubvenção relativa à cana da safra de 2008. O regulamento foi publicadoontem (11) no Diário Oficial da União.Na próximasexta-feira (14), representantes do Ministério da Agricultura, da Conabe da Asflucan se reunirão com canavieiros da região de Campos dosGoytacazes para orientá-los sobre o que é necessário para participar doprograma. Receberá a subvenção quem negociou o produto entre maio edezembro do ano passado por valor inferior a R$ 40,92 por tonelada.Segundo a Conab, o pagamento será de até R$ 5 por tonelada, limitado a10 mil toneladas por produtor. Crespo informou que a Asflucan e os produtores de cana doNordeste estudam a possibilidade de o programa de subvenção continuarnos próximos anos. “O governo faria aportes somente quando os preços dacana fossem menores que o custo da produção”, explicou. Paraele, o preço da cana tem de se desindexar dos do açúcar e do álcool.É bom para o consumidor quando o açúcar e o álcool ficammais baratos, mas, para quem planta, isso significa declínio da produção, acrescentou.“Se tivermos essa  política de preço mínimo como  rotina,como ocorre com a soja e o café, por exemplo, teremos redução dessagangorra. É que, se o preço cai demais, quem planta desanima, porquefica no prejuízo. Isso reflete, até três anos depois, em  excesso de produção agrícola”, afirmou.. "O produtor fica sem cana porque ficou descapitalizado." Para  Crespo, o ideal é criar no país uma política de prêmio paraque pelo menos o custo de produção seja coberto pelo estado. “Aí,cria-se um equilíbrio”.Ele apontou ainda um componentesocial importante na medida, que ajudaria a conservar o homem no campo. O secretário de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do estado, Christino Áureo, destacou que obenefício atende a uma reivindicação do governo e do setor canavieirodo Rio de Janeiro e elogiou sua extensão aos produtres.  fluminenses.