MST nega que ocupação de ministério signifique rompimento de acordo

11/08/2009 - 14h02

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que participam da ocupação da entrada do Ministério da Fazenda afirmaram que não descumpriram nada do acordo feito com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Segundo a Polícia Militar, a invasão, que começou hoje (11) por volta das 9 horas, representaria um rompimento do que havia sido acordado de não ocupar nenhum prédio.“Eles [MST] romperam o acordo feito em reunião com a Secretaria de Segurança Pública do DF já no primeiro dia de manifestações. Com isso, tratamento e negociações que daremos a eles serão feitos de forma diferenciada a partir de agora”, disse o Coronel Silva Filho, responsável por coordenar os policiais militares no local.Para a Coordenação Nacional do MST não houve nenhuma quebra de acordo.“A combinação foi de que iríamos marchar pelos ministérios, ocupar asfaixas da pista destinada à manifestação, e que sairíamos após as 8horas. Nada foi acordado sobre ocupar ou não o ministério”, argumentaVanderlei Martini, da Coordenação Nacional do movimento.“Omotivo da ocupação é pressionar para que o governo monte uma equipe denegociação com representantes da Casa Civil e dos ministérios daFazenda e do Desenvolvimento Agrário, para que discutamos sobre os trêspontos reivindicados”, disse.Segundo a PM, uma mulher que estava no carro de som incitou os manifestantes a ocuparem o ministério foi visualmente identificada e deverá ser indiciada nas próximas horas. “Na primeira oportunidade vamos prendê-la por incitação”, disse o coronel. “Nós já a filmamos. Ela agora deve estar em meio à multidão ou no interior do prédio, que é responsabilidade da Polícia Federal”, completou o major Madureira.Além da atualização do índice de produtividade – mecanismo que permite a identificação de terras improdutivas para fim de reforma agrária –, os manifestantes querem que 90 mil famílias acampadas no país sejam imediatamente assentadas, e que o Ministério do Planejamento libere ainda este ano os R$ 800 milhões retidos do orçamento destinado ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), para aplicá-los na desapropriação e obtenção de terras destinadas à reforma agrária. O coronel Silva Filho informou que aparentemente nada foi quebrado no ministério, e que o próximo passo será tentar avançar na negociação para que os manifestantes abandonem o prédio.