Mercado imobiliário de São Paulo registra menos lançamentos no primeiro semestre

11/08/2009 - 17h14

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O mercado imobiliário da cidade de São Paulo teve 14.368 unidades vendidas no primeiro semestre de 2009, número 8,3% superior ao do mesmo período de 2006, quando foram vendidas 13.147 unidades, de acordo com dados divulgados hoje (11) pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP). Parte dos dados são comparados a 2006 porque o setor considera que 2007 e 2008 foram anos atípicos. Nos primeiros seis meses do ano, foram lançados no município de São Paulo 8,1 mil unidades ante as 16,8 mil lançadas no mesmo período de 2008, o correspondente a uma queda de 51,5%. Entre as unidades mais comercializadas, apareceram os apartamentos de dois quartos, que totalizaram 6.288 unidades, o que representa 43,8% do total vendido no primeiro semestre. De acordo com estimativas do Secovi-SP, em 2009, devem ser lançadas 25 mil unidades e comercializadas 32 mil. O crédito imobiliário deve atingir os R$ 28 bilhões e financiar 267 mil unidades.Segundo o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, o desempenho do mercado imobiliário, no primeiro semestre, surpreendeu tanto pelo número reduzido de lançamentos, quanto pela força do mercado comprador. Ele ressaltou que o número de lançamentos em 2009 deve ficar muito próximo ao de 2006 e as vendas devem ser parecidas com o registrado em 2008. “Ou seja, a readequação de produtos, a decisão de novos lançamentos pelos efeitos da crise, a redução do crédito para pessoa jurídica e até o temor do empresário em tomar crédito levaram a que tivéssemos, neste primeiro semestre, um número reduzido de lançamentos”, explicou.Petrucci afirmou que o segundo semestre, provavelmente, será composto por uma oferta mais diversificada de produtos, já que no primeiro semestre a oferta foi baixa, com muita venda de estoque, ou seja, de produtos que foram ofertados, principalmente, no ano de 2008 e no final de 2007. “Agora, vamos ter uma diversificação maior de produtos e o consumidor só vai ganhar com isso. O estoque na cidade de São Paulo gira em torno de 12 mil e 20 mil unidades. Nós estamos, hoje, com estoque em torno de 13 mil a 14 mil unidades”. O economista ressaltou que a demora para a aprovação do financiamento e para a obtenção da escritura são as principais dificuldades enfrentadas pelo setor. “Tem se trabalhado muito para melhorar isso. Já melhoraram os prazos de financiamento, mas o sonho de qualquer brasileiro é poder adquirir o imóvel e ter o financiamento e a escritura com uma agilidade que se tem em outros tipos de crédito no país.” Ele destacou, ainda, outros entraves como a demora para a aprovação dos projetos e as licenças ambientais para grandes empreendimentos.