Juíza nega pedido de afastamento da governadora do Rio Grande do Sul

11/08/2009 - 10h03

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A juíza federal deSanta Maria, no Rio Grande do Sul, Simone Barbisan Fortes negou o pedido deafastamento da governadora Yeda Crusius, feito pelo MinistérioPúblico Federal (MPF) na ação que acusa a líder do executivo local e mais oitopessoas de atos de improbidade administrativa. Na decisão, de duaspáginas divulgada na noite de ontem (10), a juíza alega que não háelementos que justifique o afastamento. No texto, a juízaavaliou que o afastamento seria prematuro neste momento e poderiasignificar um julgamento prévio da governadora, com efeitosimportantes sobre o estado do Rio Grande do Sul. “Incumbe pontuarque nesse momento seria extremamente prematuro adotar a medidapostulada, que implicaria, num certo sentido um juízo prévio deresponsabilidade”, diz a decisão.A juíza ainda decidiuquebrar o sigilo em parte da ação. Apenas informações queenvolvem dados bancários, fiscais e telefônicos permaneceram sobresigilo. "Não se trata mais de investigação e sim de uma açãocivil pública de improbidade administrativa. Logo, cai por terra umdos pilares justificadores da manutenção de sigilo sobre atosinvestigatórios que antecedem o presente feito”, justifica ajuíza.A açãocontra a governadora foi apresentada à Justiça Federal em Santa Maria, município a 300 quilômetros de PortoAlegre, na semana passada. Os procuradores acusam a governadora deatuar pela manutenção de um esquema que desviou R$ 44 milhões doscofres públicos. O esquema foi investigado pela Operação Rodin,deflagrada em maio de 2007 pela Polícia Federal, e envolve fraudesno Departamento de Trânsito do estado (Detran) que teriam começado em 2003. A PF fez escutas telefônicas de diversas pessoassuspeitas de usar fundações de apoio vinculadas à UniversidadeFederal de Santa Maria (UFSM) para praticar crimes, como fraudes emlicitações e desvio de recursos públicos. A ação também acusa agovernadora de receber propina de R$ 170 mil mensais de empresasprestadoras de serviços ao governo. Os procuradores sustentam que o grupo ligado aoPalácio Piratini, sede do governo local, agia como uma “organizaçãocriminosa” e citam o uso de empresas de fachada e de“laranjas” para fazer a entrega do dinheiro. Estão citados na ação, além da governadora,seu ex-marido, o professor Carlos Crusius, o deputado federal JoséOtávio Germano, os deputados estaduais Luiz Fernando Záchia (PMDB)e Frederico Antunes (PP), o ex-secretário Delson Martini, aassessora da governadora Walna Vilarins Meneses, o vice-presidente doBanco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), Rubens Bordini, e o presidente do Tribunal de Contas doEstado (TCE), João Luiz Vargas.