Procura por álcool em gel triplicou no último mês

10/08/2009 - 21h41

Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A procura pelo álcool em gel, por causa da pandemia de influenza A (H1N1) - gripe suína, tem sido três vezes maior. Mas a necessidade do uso frequente do produto é questionada por especialistas.Um dos fabricantes de álcool em gel, a 3M, não divulga os números sobre ademanda do produto, mas confirma que as vendas devem triplicar emcomparação com o ano passado. Para a gerente de Marketing e Vendas daDivisão de Cuidados Pessoais da 3M do Brasil, Paula Abreu, no futuro, o patamardas vendas atingido pelo segmento de álcool gel não deve se sustentar, mas, em compensação, não voltará aos patamares anteriores à pandemia. A executivaafirmou que está difícil atender à alta demanda do varejo, mas que a empresa tem buscado cumprir os prazos e as quantidades. “É possívelque as vendas tripliquem em comparação ao ano passado”, previu.Mas, para  a infectologista daUniversidade Federal de São Paulo (Unifesp), Nancy Bellei, a busca pelo álcool em gel não se justifica. "Estacorrida para o álcool em gel não se justifica, já que lavar as mãos comágua e sabão é o suficiente", explicou. Segundo a especialista, oálcool em gel vendido nas farmácias é útil para pessoas que têm contatodireto com o público e pouco acesso a uma pia para lavar as mãos. "Masa medida mais eficiente é evitar levar a mão à face. O melhor mesmo éevitar o contato com nariz, olhos e boca", acrescentou. De acordo com ainfectologista, o álcool em gel pode ser substituído pelo álcool comumou pelo álcool em gel para móveis. "A eficácia é a mesma", disse. Alheia às explicações técnicas, há duas semanas, a aposentada Mariana Bastos entra em todas as farmácias que vê pela frente procurando pelo produto. "Estou procurando o álcool em gel para limpar as mãos. Tenho medo da gripe suína", justificou. A aposentada não é a única nesta situação. Diariamente, centenas de pessoas procuram o produto nas drogarias. Segundo informações da rede de farmácias paulista Pague Menos, em julho, foram vendidas 21,8 mil unidades do produto, contra 6 mil nos meses anteriores.