Secretária acha que CSN “esconde alguma coisa” sobre vazamento de óleo no Rio Paraíba

07/08/2009 - 14h09

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Um novo vazamento de óleo da Companhia SiderúrgicaNacional, em Volta Redonda, no sul do estado do Rio de Janeiro,voltou a atingir o Rio Paraíba do Sul, que abastece cerca de85% da população fluminense. Por causa do acidente, asecretária do Ambiente do estado, Marilene Ramos, determinou ainterdição da unidade Carboquímica da companhia.A unidade é responsável pelo tratamento dos gasestóxicos do coque, o combustível que abastece o alto-forno da siderúrgica, para evitar que eles se dispersem naatmosfera.Na manhãde hoje (7) , a secretária Marilene Ramos seguiu para VoltaRedonda a fim de inspecionar a usina e avaliar as medidas que estãosendo tomadas para identificar e conter o vazamento do óleo,que começou no último domingo (2). Segundo Marilene, aocontrário do que aconteceu no início da semana, quandoo acidente foi comunicado pela população, desta vez ainformação do vazamento partiu da própriacompanhia. “Detoda forma, achamos que a empresa está escondendo algumacoisa, porque ela está tendo uma atitude pouco cooperativa.Para nós a CSN não está tendo totaltransparência sobre o que de fato está acontecendo ládentro, por isso decidimos ir pessoalmente fazer a verificação”,disse Marilene, que foi a Volta Redonda acompanhada do presidente doInstituto Estadual do Ambiente (Inea), Luiz Firmino.Técnicosdo Inea estão desde terça-feira (4) na CSN monitorandoa mancha de óleo que se formou no Rio Paraíba do Sul.Até o momento, segundo eles, a qualidade da água do rionão foi comprometida, por isso não hánecessidade de suspender a captação para oabastecimento público.Asecretária Marilene Ramos acrescentou que os peixes tambémestão sendo monitorados, mas, segundo ela, as primeirasanálises do pescado indicam que o produto que estávazando não apresenta toxicidade imediata e nem provoca morteinstantânea dos peixes, como ocorreu com o Endosulfan, quevazou no Rio Paraíba do Sul no ano passado.A CSNdivulgou nota informando que o novo vazamento de óleo ocorreunas barreiras de contenção instaladas no emissárioprincipal da unidade carboquímica para conter o vazamentoregistrado no início da semana. Segundo a nota, a CSN instalounovas barreiras para evitar a propagação do óleo.Quanto àinterdição da unidade Carboquímica, a companhiainformou que acredita que a medida será revista pelasautoridades ambientais nas próximas horas para evitarprejuízos ao funcionamento da siderúrgica.