Lula critica empresários e diz que Brasil superou crise graças ao consumo e ao governo

07/08/2009 - 20h31

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar hoje (7), ocomportamento de empresários que, no fim de 2008, reduziram seusinvestimentos com medo dos reflexos da crise econômica mundial. No encerramento do Simpósio Internacional sobre Desenvolvimento Social, Lula destacou a importância dos investimentos sociais para a economia brasileira, e disse que o "pânico" da indústria automobilística teve forte impacto sobre o Produto Interno Bruto (PIB), determinando o mau resultado registrado.Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na primeira quinzena de junho, o PIB, que é a soma das riquezas produzidas no país, caiu 0,8% no primeiro trimestre deste ano em comparação ao quarto trimestre de 2008. Para o presidente, o resultado só não foi pior graças ao poder de compra de uma maior parcela de brasileiros e a medidas adotadas pelo governo, como a redução de impostos cobrados de carros, motos e produtos da linha branca (geladeiras, tanquinhos e máquinas de lavar)."Nesta crise econômica, quem sustentou o Brasil foi o consumo da população e o governo. Entre novembro e janeiro, muitos empresários que têm investimentos já contratados deram uma recuada excepcional. O que a indústria automobilística fez foi uma vergonha", afirmou Lula.Ele lembrou ter ido à televisão para estimular os brasileiros a continuarem consumindo como forma de manter a economia aquecida e impedir mais demissões "desnecessárias"."Em dezembro eu fui para a televisão fazer apologia do consumo. Diziam que o povo não devia comprar porque corria o risco de perder o emprego e não ter como pagar as contas e eu disse, compre porque, se vocês não comprarem, aí, sim, irão perder seus empregos."Para o presidente, foram os investimentos de seu governo na área social que, em parte, permitiram aproveitar o crescimento da economia brasileira para reduzir as desigualdades sociais, dando condições ao país de superar a crise."A primeira coisa que eu exigi no governo é que coisas para pobres deixassem de ser vistas como gastos. Porque é engraçado. Se você pega R$ 2 bilhões e empresta para uma empresa, isso é investimento. Agora, se você pega 50 centavos e dá a um pobre, isso é gasto. Isso, hoje, mudou e, se alguém do governo disser que isso é gasto, tem que pedir desculpas, pois isso é o tipo de investimento que fez com que a economia brasileira crescesse".