Legislativo gaúcho pretende instalar CPI para investir governo Yeda até o fim do mês

07/08/2009 - 18h01

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - Até o final deste mês, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul deve instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Corrupção, cujo objetivo é apurar denúncias sobre o envolvimento da governadoraYeda Crusius (PSDB) e de outras autoridades estaduais em ilegalidades. A previsão é do presidente do Legislativo gaúcho, deputado Ivar Pavan (PT),  que ontem (6) enviou o pedido com 39 assinaturas à procuradoria da Casa para que seja emitido, num prazo de 15 dias, parecer sobre a instalação da CPI. Tão logo o pedido retorne a suas mãos, ele deverá darum prazo de cinco dias para que os partidos indiquem os integrantes da comissão.“Acho que pelaurgência da proposta a procuradoria vai abreviar o tempo deanálise. Logo que receber o parecer, darei o prazo de 15 dias paraque os partidos indiquem seus membros na CPI. Assim, até o final deagosto, a CPI já estará instalada”, disse hoje (7) Pavan à Agência Brasil, após sereunir com a juiza da 3ª Vara de Justiça Federal de Santa Maria,Simone Barbisan Fortes. Ela analisa a ação civil de improbidadeadministrativa proposta pelo Ministério Público Federal contra agovernadora e mais oito pessoas.Apesar de correr sobresegredo de Justiça, de acordo com Pavan, a juíza concedeu a eleou a alguém que possa ser indicado pelo presidente do Legislativogaúcho acesso à ação. O deputado petista disse que nasegunda-feira indicará um funcionário da Procuradoria da Assembleiapara fazer a análise das informações constantes da ação. “Essaanálise servirá para que eu possa embasar minha decisão de darprosseguimentos a dois processos de impeachment contra agovernadora.”Um dos pedidos foiapresentado ontem pelo P-SOL, que tem como uma das lideranças no estado a deputadaLuciana Genro. O outro pedido foi apresentado por servidores dogoverno na última quarta-feira. No entanto, o acesso aos dados da ação foi concedido ao parlamentar sob o compromisso denão divulgação. De acordo com Pavan, a magistrada disse que estáanalisando a documentação antes de decidir sobre a quebra de sigilopedida pelo Ministério Público. “O sigilo ainda não estáliberado. Não há como fazer cópia [da ação]. Poderemos ler,verificar, tomar conhecimento, mas não poderemos divulgar”, disseo deputado.A ação de improbidade administrativa contra agovernadora e mais oito pessoas foi apresentada na quarta-feira na 3ª Vara da Justiça Federal de Santa Maria, município a 300quilômetros de Porto Alegre. A ação é baseada em documentos,gravações e depoimentos colhidos na Operação Rodin, deflagrada emmaio de 2007 pela Polícia Federal. A PF fez escutas telefônicas de diversas pessoassuspeitas de usar fundações de apoio vinculadas àUniversidade Federal de Santa Maria (UFSM) para praticar crimes, como fraudes em licitações e desvio de recursos públicos.Estão citados na ação, além da governadora,seu ex-marido, o professor Carlos Crusius, o deputado federal JoséOtávio Germano, os deputados estaduais Luiz Fernando Záchia (PMDB)e Frederico Antunes (PP), o ex-secretário Delson Martini, aassessora da governadora Walna Vilarins Meneses, o vice-presidente do Banrisul, RubensBordini, e o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), João LuizVargas.