Alimentos ajudam a conter inflação em julho e taxa de 12 meses atinge centro da meta

07/08/2009 - 15h08

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A queda no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que representa a inflação oficial no país e passou de 0,36% em junho para 0,24% em julho, pode ser explicada principalmente pela menor pressão dos alimentos sobre a taxa. Segundo a economista Eulina Nunes, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou hoje (7) o IPCA, esse movimento deve-se aos bons resultados na safra agrícola e à redução do nível das exportações por causa da crise mundial, o que aumentou a oferta interna de produtos alimentícios. Conforme o levantamento, no ano, o IPCA acumula alta de 2,81%, inferior à taxa de 4,19% relativa ao mesmo período de 2008. Nos 12 meses encerrados em julho, a taxa ficou em 4,50%, também abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores (4,80%), e no centro da meta estipulada pelo governo para este ano.De acordo com Eulina, o resultado de julho representa uma boa notícia para o consumidor. “A redução do IPCA de um mês para o outro foi muito significativa e puxada principalmente pelos alimentos, que têm grande peso na formação do índice. Esse grupo vinha subindo, especialmente por conta do leite pasteurizado, mas, com o final da entressafra e uma certa limitação de repasse ainda maior de preços, o produto continuou aumentando em junho, embora com menos intensidade, e os alimentos praticamente se estabilizaram no mês. Sem dúvida, uma boa notícia.”O levantamento do IBGE mostra que os alimentos passaram de alta de 0,70% em junho para queda de 0,06%. Ficaram mais baratos ou subiram menos entre um mês e outro o queijo (de 1,72% para 0,86%), o açúcar cristal (de 3,43% para -0,24%), o leite em pó (de 1,48% para 0,33%) e o pão francês (0,28% para -0,44%). Poucos foram os alimentos que tiveram alta no mês de julho, com destaque para o alho (de 11,75% para 14,64%), o feijão carioca (de 0,76% para 6,46%) e o açúcar refinado (de 0,76% para 1,46%).A economista destacou ainda a contribuição para conter o IPCA exercida pelo grupo vestuário, cuja taxa passou de 0,53% para –0,01%, em função das liquidações verificadas no período. Eulina citou, entre os fatores que devem pressionar o IPCA de agosto, os reajustes da taxa de água e esgoto no Rio de Janeiro, das tarifas de táxi em pelo menos três das regiões pesquisadas e um resíduo do reajuste de tarifa de energia elétrica de São Paulo, realizado em julho.