Poupança tem a maior captação desde dezembro de 2007

06/08/2009 - 11h36

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os depósitos emcadernetas de poupança foram maiores do que as retiradas, no mês dejulho, o que gerou captação líquida positiva de R$ 6,672bilhões, segundo dados divulgados hoje (6) pelo Banco Central (BC).Esse é o maior valor desde dezembro de 2007, quando foramregistrados R$ 9,134 bilhões. Os depósitos em poupança costumamser maiores em dezembro por conta do pagamento do 13º salário. Se forem considerados somente os meses de julho, o resultado do mês passado é o maior desde o início do Plano Real, em 1994. O mês de julho foi oterceiro seguido de captação líquida positiva neste ano (R$ 1,880 bilhão em maio e R$ 2,089 bilhões em junho). Em fevereiro tambémforam registrados maiores depósitos do que retiradas no valor totalde R$ 751,395 milhões. Em julho, os depósitos somaram R$ 89,935 bilhões e os saques, R$ 83,262 bilhões. No mês, o rendimento da caderneta foi de R$1,474 bilhão e o saldo está em R$ 290,337 bilhões. O relatório do BancoCentral tem por base dados do Sistema Brasileiro de Poupança eEmpréstimo (SBPE), que destina recursos ao setor imobiliário, e dapoupança rural.No dia 13 de maio desteano, o governo anunciou uma medida, que ainda não está em vigor, para evitar a migração de grandes investidores de fundos deinvestimento para a caderneta de poupança. Houve esse temor porquecom as reduções da taxa básica de juros, que remunera títulospúblicos integrantes da cesta de aplicações dos fundos deinvestimentos, a poupança está mais atrativa.A poupança éremunerada pela Taxa Referencial mais 0,5% ao mês e não hácobrança de taxa de administração. No caso das aplicações nosfundos são cobrados taxa de administração e Imposto de Renda. A proposta de mudançaainda não foi enviada ao Congresso. Pela nova regra, serádescontado Imposto de Renda do rendimento de poupança que exceder R$50 mil. De acordo com o governo, atualmente apenas 1% dos poupadoresaplica mais do que R$ 50 mil na caderneta. No último dia 3, osecretário de Reformas Econômico-Fiscais do Ministério da Fazenda,Bernard Appy, disse que os movimentos que ocorreram até agora nomercado financeiro ainda não justificam mudanças na caderneta depoupança ou na forma de tributar as aplicações, mesmo com aredução da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 8,75% aoano. As instituições financeiras também têmadotado estratégias para evitar a saída de investidores dos fundos de investimentos, com redução das taxas de administração e da aplicaçãomínima.No último dia 24 de julho, por exemplo, o Banco do Brasil anunciou mudança de estratégia.