Lupi diz que vai respeitar resultado de eleição do Codefat

06/08/2009 - 18h38

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse hoje(6) que não pensa em negociar a mudança do resultado das eleições doConselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) porcausa da saída de quatro confederações patronais do conselho.“Aeleição é deliberada por um conselho tripartite, que tem dezoitomembros, quatorze presentes, doze votos a favor e duas abstenções. Comovocê muda o resultado de uma eleição dessa? Não mudarei, não tenho essepoder”, afirmou o ministro.Uma carta assinada pela ConfederaçãoNacional da Indústria (CNI), Confederação da Agricultura e Pecuária doBrasil (CNA), Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços eTurismo (CNC) e Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif)foi enviada ontem (5) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silvaanunciando a saída dessas entidades do conselho. Elas alegamque houve quebra de acordo na última eleição, o que tornou o candidatoda Confederação Nacional de Serviços (CNS), Luigi Nese, presidente doCodefat. De acordo com as quatro entidades, a presidência do conselhodeve ser ocupada em sistema de rodízio, conforme a lei. Ainda segundo a CNI,CNA, CNC e Consif, o cargo deveria ter ficado com o representante da CNA, Fernando Antônio Rodrigues, mas Lupi interferiu a favor de Nese.Lupi,por sua vez, diz que a saída das quatro confederações do Codefat é umadecisão unilateral e que foi orquestrada pela senadora Kátia Abreu(DEM-GO), que também preside a CNA. “Lamento que eles tenham sidoliderados por uma senadora do DEM, que, de repente, pensou que poderiafazer do Codefat um senadinho da oposição. Como ela destila muito ódio,é uma andarilha do ódio, espero que isso não contamine os demais”,provocou o ministro.O ministro disse ainda que tanto ascentrais sindicais quanto os representantes do governo estavaminsatisfeitos com as atitudes de Kátia Abreu, que moveu uma Ação Diretade Inconstitucionalidade (Adin) contra essas centrais. Por isso,acrescentou, elas votaram em outro candidato. A senadora, ainda segundoLupi, não teria conseguido convencer os outros dois representantes deentidades patronais a votarem no candidato da CNA.  “Eu nãotenho culpa se ela não conseguiu convencer os seis membros dasentidades patronais a terem um candidato único. Então, a grandeoposição dessa senhora é ela própria. É só ela falar que ela sederrota”, completou.Em nota, Kátia Abreu disse que lamenta otom das afirmações do ministro, e não rebateu as acusações. “Lamento oteor das declarações e o estilo usado por um ministro de Estado doBrasil. É só isto o que tenho a dizer sobre as declarações do ministroCarlos Lupi a meu respeito”. Lupi afirmou que vai estudar quempoderá entrar no lugar das entidades que se retiraram do Codefat ecitou confederações nas áreas de saúde e serviços como prováveiscandidatas.