Oposição tem pronto manifesto pedindo afastamento de Sarney da presidência do Senado

05/08/2009 - 18h51

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder doDemocratas (DEM-RN), José Agripino Maia (DEM-RN), informou hoje (5)  queo seu partido e o PSDB já assinaram um documento suprapartidáriorequerendo o afastamento temporário do presidente do Senado, JoséSarney (PMDB-AP), até que se esclareça o possível envolvimento doparlamentar em denúncias, que já estão sob a apreciação do Conselho deÉtica.Agripino acrescentou que aguarda a assinatura ao documento daslideranças do PSB, PDT e PT, como teria sido acertado ontem em umareunião no gabinete do presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE). Olíder do PT, Aloizio Mercadante (SP), pouco antes da declaração de JoséAgripino, afirmou também no plenário do Senado que, em nenhum momento,recebeu proposta desses partidos para assinar qualquermanifesto pelo afastamento de Sarney, como divulgado pela imprensa.Asintervenções foram feitas nos debates que aconteceram no plenário após odiscurso do presidente do Senado. Sérgio Guerra, por sua vez, disse queos partidos e parlamentares, que apóiam o afastamento de Sarney nãocederão a qualquer tipo "de ameaça ou chantagem". Ele afirmou que todasas denúncias contra o parlamentar devem ser conduzidas no âmbito doConselho de Ética.O mesmo discurso foi adotado pelo senadorRenato Casagrande (PSB-ES). Ele afirmou que o presidente do Conselho deÉtica, Paulo Duque (PMDB-RJ), não pode "arquivar de forma monocrática"as denúncias e representações contra o presidente do Senado. Eleacrescentou que os argumentos apresentados hoje por José Sarney emplenário, rebatendo ponto a ponto as denúncias remetidas ao conselho,poderão ser feitas no colegiado.No seu discurso, o presidente doSenado, José Sarney (PMDB-AP), não poupou críticas à imprensa. Segundo ele, "na campanha" que tem sofrido paradesestabilizá-lo, acusando-o por uma série de atos ilícitos, fraudaram a fitaentregue a jornais e revistas para tentar vinculá-lo a fraudesinvestigadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em contratos paraobras no Aeroporto de Macapá (AP).Segundo ele, nesta fita foi colocadauma pessoa que apresentou-se como o empreiteiro da Gautama, ZuleidoVeras, que diz a frase "vai chegar na casa do Sarney já, já", em umatentativa, segundo ele, de incluí-lo no esquema investigado. Deacordo com Sarney, perícia feita pelo perito Ricardo Molinaatesta que as conversas gravadas nestas fitas e encaminhadas á imprensaforam adulteradas.O presidente do Senado também acusou um jornalista credenciado no Senado de ter "roubado"documentos do escritório de um empresário, que comprou parte de umafazenda de sua propriedade. Sarney exibiu uma caixa com um DVD que, de acordo comele, contém as imagens da forma como o jornalista teria inquirido oempresário e roubado o documento. O parlamentar não pretende,entretanto, divulgar o conteúdo do material a menos, acrescentou, quecoloquem "sob suspeita" sua palavra.