Gripe suína tem alterado destino de turistas que partem de Manaus

05/08/2009 - 15h59

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - O aumento de casos de influenza A (H1N1) - gripe suína - no Brasil e a baixa incidência deregistros da doença no Amazonas provocaram algumas mudanças no roteiro turístico dos moradores do estado. Nas últimas semanas, em algumas dasmaiores agências de viagens de Manaus, por exemplo, destinos bastanteprocurados, como Rio de Janeiro,São Paulo e Estados Unidos, deram lugar a outras opções como cidades doNordeste brasileiro e a República Dominicana, no Caribe.Segundoa agente de viagens Michele Souza, que trabalha em uma das principaisagências de turismo da cidade, as vendas caíram pelo menos 20% emrelação ao número de pacotes comercializados antes da proliferação da doença. “O cliente chega dizendo que não vaimais viajar por causa da gripe suína. Alguns mudam o destino da viagem,mas outros acabam desistindo mesmo” , revelou.Em outra agência,localizada no centro de Manaus, a agente de viagens Cristiana Nunescontou que o movimento diminuiu umpouco, mas não representou impacto significativo, uma vez que a maior partedas vendas é voltada para pessoas que viajam a trabalho. “O movimentobaixou um pouco naturalmente pela saída da alta estação. No nosso caso,as vendas para Estados Unidos, São Paulo e Rio de Janeiro continuam na mesma frequência. Nos parece que para quem viaja a trabalho, não mudou nada”, informou.Apesar das mortes registradas no Rio Grande do Sul por causa da nova gripe,a empresária amazonense Martha Arruda, 30 anos, deixou a cidade deManaus, no último dia 25 de julho, para passar uma semana de férias em Porto Alegre, nacompanhia do namorado e de uma amiga que é médica. Ela contou que, porterem comprado as passagens cerca de três meses antes do embarque e quitado as diárias do hotel antecipadamente, não pensaram emcancelar a viagem. A decisão também contou com o apoio de amigos que moram na capital gaúcha. Martha disse ainda que leu muitosobre assuntos relacionados à pandemia. Na bagagem a ser despachada ena de mão, eles garantiram máscaras especiais e muito álcool em gel.“Nossospais queriam que desistíssemos da viagem. Tivemos receio, mas emmomento algum pensamos em desistir. Nos informamos bastante eresolvemos que só era o caso de cancelar a viagem se houvesse muitoscasos em Porto Alegre e na Serra Gaúcha, por onde iríamos passar”,contou.Ainda segundo Martha, eles tomaram todos os cuidados recomendados. Os três retornam a Manaus no último domingo (2).“Vamos aguardar os dez dias para ter certezade que não pegamos nada. Estamos tranquilos. Nos protegemos de todasas formas possíveis. Usamos muito álcool em gel, evitamos pegar emcorrimão de aeroporto e também passar as mãos no rosto e olhos”, afirmou.No Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus,a movimentação de passageiros é a mesma, segundo informações da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). O local tem como uma de suas principais características oturismo empresarial, ou seja, o trânsito de pessoas que deixam ouchegam à cidade por motivos de trabalho. Os destinos mais procuradoscontinuam sendo São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Belém.