Especialistas discutem em Curitiba avanços nos transplantes de medula óssea

05/08/2009 - 1h47

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Os avanços obtidos desde o primeiro transplante de medula óssea na América Latina, realizado há 30 anos, estão em discussão em Curitiba, no 13º Congresso Brasileiro de Transplante de Medula Óssea.Segundo o hematologista Ricardo Pasquini, as técnicas avançadas aumentam as chances de sobrevivência dos pacientes. Pasquini chefiou a equipe multidisciplinar do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, que realizou, em 1979, o primeiro transplante de medula óssea na América Latina. O médico destacou que, entre os transplantados que recebem a medula de doadores que não são parentes, as chances de cura chegam a 40%.A falta de leitos é apontada pelos participantes do congresso como o principal problema dos centros transplantadores atualmente, assim como a falta de infraestrutura e de equipes especializadas. “Mesmo entre os que já conseguiram doador, esse problema reduz as chances de sucesso do procedimento, diminuindo a sobrevida do transplantado”, disse Pasquini.O coordenador do Centro de Medula Óssea do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Luiz Fernando Bouzas, reconhece que o Brasil enfrenta problemas ocasionados pela falta de leitos, mas destaca que há progressos. “Em 2003, o país tinha apenas dois centros transplantadores, hoje são mais de 52.”O hematologista Ricardo Pasquini afirmou que há um importante esforço por parte do governo federal no sentido de recrutar doadores não aparentados e incluí-los no Registro Nacional de Doadores de Medula (Redome), assim como oferecer aos pacientes novos tratamentos e exames especializados.Atualmente, segundo o coordenador do Centro de Medula Óssea do Inca, estão cadastrados no Redome 1,3 milhão de pessoas. De acordo com ele, é o terceiro maior registro de doadores de medula no mundo. “Com isso aumentam as chances de se encontrar um doador compatível com pacientes que precisam do doador não aparentado”, ressaltou.