Governistas tentam evitar que agravamento da crise no Senado paralise votações

04/08/2009 - 1h50

Marcos Chagas e Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A bancada do PT mantém a defesa pelo afastamento temporário de José Sarney (PMDB-AP) da presidência do Senado, além de uma ampla investigação pelo Conselho de Ética das denúncias feitas contra o parlamentar. A afirmação é do líder do partido Aloizio Mercadante (SP), ao ressaltar que a decisão é unânime no partido, até o momento.Mercadante acrescentou que não haverá qualquer reunião da bancada hoje (4) para reavaliar a decisão já tomada sobre o afastamento de José Sarney. Os governistas tentam agora evitar que o aprofundamento da crise leve à paralisação dos trabalhos na Casa. Aloízio Mercadante disse que vai conversar com todas as lideranças e aposta no diálogo como a forma de se retomar "a normalidade dos trabalhos legislativos e superar a crise do Senado".O líder petista participa, neste momento, de uma reunião de senadores de partidos da base aliada e da oposição, no gabinete do presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), para avaliar o agravamento da crise no Senado, diante da disposição do PMDB apresentada ontem (3) de partir para o confronto na defesa de Sarney. Além de Mercadante, estão no gabinete do tucano os senadores Renato Casagrande (PSB-ES), Demóstenes Torres (DEM-GO), José Agripino Maia (DEM-RN), Tião Viana (PT-AC), Pedro Simon (PMDB-RS), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Romero Jucá (PMDB-RR). Segundo o líder do governo no Senado, Romero Jucá, a conversa tratou da manutenção do funcionamento do Senado para evitar que as votações sejam obstruídas pela oposição e também para esclarecer a posição do governo. “Este é um processo interno do Senado, portanto sem interferência do Executivo.” Sobre o bate-boca de senadores em plenário, ontem (3), o parlamentar afirmou que isso faz parte do jogo político. “Enquanto for briga política faz parte do jogo, o que não pode é virar briga de rua, partir para a agressão fortuita. São agressões de parte a parte que não levam a nada”.Antes de entrar para a reunião, Jarbas Vasconcelos afirmou que a oposição não pode se intimidar pela postura demonstrada ontem, em plenário, pelo PMDB. Ele defende a paralisação das votações em plenário que não seria extensiva às comissões permanentes. Segundo ele, hoje será um dia crucial para saber se a oposição acusará o golpe de tentativa de “intimidação” pelos peemedebistas.“A intenção [do PMDB] era intimidar. Vamos ver no plenário hoje se isso vai ter consequência. Será muito ruim se a oposição se intimidar, tem que reagir à altura, sem entrar nas provocações deles.”