Solução para a crise do Senado não passa pela saída de Sarney da presidência, diz Jucá

03/08/2009 - 17h53

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A crise no Senado nãoserá resolvida com a saída de José Sarney (PMDB-AP) da presidênciada Casa, disse hoje (3) o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RO).“Não temos que sacrificar o presidente Sarney. A solução para acrise do Senado não é o sacrifício dele nem de ninguém, mas amudança de procedimentos.” Sarney está sendo pressionado a deixaro cargo por parlamentares oposicionistas e até alguns da base aliadado governo.No retorno dostrabalhos legislativos, Jucá tentou amenizar o clima tenso entre PMDBe PSDB após os tucanos terem apresentarem três representaçõescontra Sarney no Conselho de Ética do Senado. Para ele, não se poderadicalizar nem transformar a crise em “bate-bate”. “Temos queter maturidade política e acalmar os ânimos.”Em relação à nota doPMDB, divulga ontem (2), na qual a sigla afirma que os dissidentespodem deixar a legenda o quanto antes, Jucá disse que é precisoseparar as questões partidárias e a crise no Senado.“Cada um trabalha emseu estilho e tem sua circunstância política. Tem gente que gostade incendiar, outros de ser bombeiro, tem gente que surfa na crise eos que desaparecem. Temos que ter tranquilidade e, apesar dosestilos, preservar a Casa, independentemente das opiniões políticasde cada um”, argumentou.Na nota, o PMDB afirmaque o partido ganhará com a saída dos descontentes. “O PMDB acatacom humildade o descontentamento de alguns poucos integrantes queperderam espaço político e apostaram na fama efêmera oriunda deacusações vazias. E faz isso porque acredita piamente nademocracia. A estes, o recado: podem deixar a legenda o quanto antessem risco algum de perder o mandato. Ganharão eles, porque deixarãode pertencer ao partido do qual falam tão mal, e ganhará o PMDB,por tornar-se ainda mais coeso e musculoso”, diz um trecho da nota.Apesar denão citar nomes, o documento foi endereçado aos senadores Pedro Simon (RS) eJarbas Vasconcelos (PE). Simon reagiu à nota e disse que nãopretende deixar o partido.