Produção industrial cresce 0,2% em junho, mas fecha semestre com pior taxa desde 1975

03/08/2009 - 11h08

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A produção da indústria brasileira teve alta de 0,2% no mês de junho em relação a maio, a sexta taxa positiva consecutiva. O resultado relativo ao primeiro semestre do ano, no entanto, aponta o pior desempenho desde o início da série histórica da Pesquisa Industrial Produção Mensal Física, em 1975. Nos seis primeiros meses de 2009, a indústria acumulou queda de 13,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em relação a junho de 2008, a queda foi de 10,9%, a oitava taxa negativa consecutiva. Nos 12 meses fechados em junho (resultado anualizado), a produção industrial caiu 6,5%. No segundo trimestre, houve crescimento de 3,4% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Na comparação com o segundo trimestre de 2008, a produção industrial caiu 12,3%.Os dados foram divulgados hoje (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o estudo, entre os meses de maio e junho 13 dos 27 ramos industriais registraram expansão. O destaque foi o setor das indústrias extrativas, que cresceu 5,3% no período. Em seguida, aparecem veículos automotores (2,6%), outros produtos químicos (2,9%) e metalurgia básica (2,0%). As principais pressões negativas foram exercidas pelas indústrias de alimentos (-5,4%), farmacêutica (-4,9%) e outros equipamentos de transportes (-4,4%).Na mesma comparação, o documento do IBGE revela que houve crescimento em três das quatro categorias de uso. Os bens de capital subiram 2,1%, os bens intermediários, 0,7% e os bens de consumo, 0,4%.Em relação a junho de 2008, houve queda em 22 dos 27 setores pesquisados. Os técnicos do IBGE destacam que “esse resultado explica-se, em grande parte, pela base de comparação ascendente, já que a atividade havia crescido ao longo de todo o primeiro semestre de 2008” O maior impacto negativo foi exercido por veículos automotores, com queda de 18,9%. Em seguida, aparecem máquinas e equipamentos (-27,4%), metalurgia básica (-22,8%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (-34,5%).