Appy diz que poderia permanecer na Fazenda, se reforma tributária tivesse "andado bem"

03/08/2009 - 15h10

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Antes decompletar um ano na Secretaria de Reformas Econômico-Fiscais,Bernard Appy está prestes a deixar o cargo. O motivo, alega, épessoal, mas ele também justifica sua decisão com a demora noandamento da reforma tributária no Congresso Nacional.

“O queeu tenho colocado é que se a reforma tributária tivesse andandobem, obviamente tivesse avançado no Senado e estivesse próxima daaprovação final, talvez eu revisse minha posição “.

Emsetembro do ano passado, Appy deixou a Secretaria Executiva doMinistério da Fazenda e passou a cuidar da reforma, que propõeentre outras coisas a simplificação da cobrança de impostos noBrasil e o fim da guerra fiscal entre os estados.

Appyentende que, quanto mais passa o tempo, mais difícil fica aprovar areforma tributária. No entanto, ele mantém a convicção de que épossível fazer as mudanças no sistema tributário brasileiro.

“Dependede um esforço do Congresso e do próprio governo. Se houver de fatoum empenho do Congresso para aprovação da reforma, é possívelaprová-la”.

Osecretário não concorda que a sua saída da equipe econômicapoderia ser interpretada como uma desistência do governo de dar maisdestaque à reforma tributária. Ele garantiu que outras pessoas“tocarão o projeto”, independentemente da sua renúncia e citoualguns nomes.

“Oprincipal técnico responsável pela reforma, o André Paiva,permanece e há várias pessoas que têm competência e podemconduzir o assunto. Essa é uma discussão que começou em 2003 e opróprio Nelson Machado [secretário executivo do Ministério daFazenda], que é auditor fiscal aposentado do estado de SãoPaulo, tem todo o conhecimento técnico necessário para conduzir adiscussão”, disse.

BernardAppy deixou claro que o principal motivo de sua saída do governo épessoal. Pai de duas crianças ainda pequenas ele reclama do tempoque passa longe da família, que mora em São Paulo.Ele disseque no ano passado, quando pediu para deixar o cargo, buscavaconciliar o tempo que era obrigado a ficar em Brasília e a atençãoà família, o que de acordo com ele foi impossível.