Indústrias de benefiamento do pirarucu serão as primeiras da América Latina

02/08/2009 - 18h21

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Localizados a cerca de 680 quilômetros de Manaus, no oeste doAmazonas, os municípios de Maraã e Fonte Boa serão os primeiros daAmérica Latina a contar com indústrias de beneficiamento (salga) depirarucu. A construção das unidades tem início na próxima semana ea inauguração está prevista para novembro deste ano.As fábricas terão capacidade para produzir 10 toneladasdiárias e até 3 mil toneladas por ano. A expectativa é criar 5 milpostos de trabalho indiretos, além dos 150 funcionários que atuarão diretamente em cada uma delas. Opirarucu é um dos peixes mais famosos da região e conhecido como o“bacalhau da Amazônia”.A construção das duas fábricas está orçada em cerca de R$ 3 milhões. Os investimentos são daSuperintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e da Financiadora deEstudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência eTecnologia.O pirarucu será integralmente aproveitado. O fígado e o coraçãoserão transformados em patê; as escamas serão destinadas ao artesanatoe a cabeça será transformada na ensilada – um composto de alto valorprotéico utilizado na produção de ração animal. Do total de peixesprocessados, 60% serão transformados em filé, dos quais 65% serãoaproveitados pelo processo de salga.O secretário de ProduçãoRural do Amazonas, Eron Bezerra, explicou que a escolha desses doismunicípios se deu pela proximidade com a Reserva de DesenvolvimentoSustentável Mamirauá, única área no estado onde é permitida a pesca dopirarucu. “A piscicultura no Amazonas conta naturalmentecom lagos e rios abundantes e que pode ser aprimorada com o manejo dasespécies, sem prejudicar o meio ambiente. Com as vocações naturais emedidas como as das novas indústrias, poderemos consolidar um polo paraprocessar peixe o ano inteiro no estado”, disse o titular da Secretariade  Produção Rural do Amazonas (Sepror).O projeto também prevê a instalação de creches para os filhos dasfuncionárias, a construção de uma área de lazer nosmunicípios e até mesmo minipostos de saúde para atender a população emtorno das fábricas.Oprefeito de Fonte Boa, Antônio Gomes Ferreira, disse em entrevista à Agência Brasil que a indústria profissionalizar otrabalho da comunidade, e agregar a isso qualidade, mais renda e maisempregos. "Esperamos que tudo isso ajude o município crescer e que apopulação tenha melhores condições de vida”.Com a venda do pescado beneficiado, ofaturamento anual de Maraã e Fonte Boa será de, aproximadamente, R$ 70milhões. Atualmente a soma dos orçamentos, por ano, dos dois municípiosé inferior a R$ 30 milhões.