Ministro diz que viabilidade de reajuste do Bolsa Família depende da área econômica

31/07/2009 - 22h53

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Belo Horizonte - O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, disse hoje (31) que “a viabilidade financeira” da inclusão de novas famílias no Bolsa Família e do reajuste de 9,67% será definida pela área econômica do governo, que pode precisar articular o setor político.Questionado sobre as declarações do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, de que o governo pediria ao Congresso Nacional uma “suplementação orçamentária” para dar conta de novos beneficiários, já que o objetivo é fechar o ano com 12 milhões de famílias no programa, Ananias desconversou e disse que ao seu ministério cabe cumprir “as determinações do presidente” Luiz Inácio Lula."Essa é uma decisão [do reajuste] tomada pelo presidente. Portanto, é claro, nos termos da lei, os recursos serão viabilizados”, afirmou. “Nossa responsabilidade é garantir que os benefícios cheguem aos mais pobres, inclusive, com os reajustes. Agora, a viabilidade pertence à área econômica. Se tiver que ir ao Congresso, certamente caberá à área política.”Para cobrir o impacto do reajuste, conforme antecipou Paulo Bernardo, a Presidência da República enviou hoje ao Congresso a Mensagem nº 611 pedindo crédito de R$ 597,9 milhões.A correção dos valores pagos aos beneficiários do Bolsa Família fez com que o valor médio do benefício passasse de R$ 86 para R$ 95. Segundo o ministério, a mudança traz impacto de R$ 406 milhões no programa, que atende 11,6 milhões de famílias. Somado à expansão de beneficiários, o orçamento para este ano deve subir de R$ 11,4 bilhões para R$ 11,9 bilhões.A correção anunciada hoje é a terceira em quase seis anos de Bolsa Família. Segundo o ministro Patrus Ananias, o reajuste incorpora perdas com a inflação e ajuda a combater a crise financeira. O índice está dois pontos percentuais acima da revisão do ano passado, quando o governo alegou aumento do preço dos alimentos. Anteriormente, em 2007, a revisão foi de 18,5%.