Tiroteio em favela do Rio prejudica início de conferência sobre segurança pública

29/06/2009 - 17h17

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Um encontro demoradores do Complexo da Maré, na zona norte do Rio, para discutirsegurança pública, teve seu início prejudicado, ontem (28), poruma troca de tiros próxima ao local do evento, o Centro de Artes daMaré. Segundo os organizadores do encontro, o tiroteio começou logono início da manhã, quando o comandante do Batalhão da PolíciaMilitar da Maré, coronel Rogério Seixas, chegou, com sua escolta,para participar do evento.Devido ao grande númerode policiais, supostos criminosos pensaram que se tratava de umaoperação e atiraram contra a PM. “A gente ficou meio acuado,porque até no Centro [de Artes da Maré] caíram tiros. Foi ummomento meio tenso. Depois ficou tranquilo, porque a gente foi atéeles [os criminosos] e explicou que se tratava de um evento desegurança pública e que o comandante do batalhão estava lá paradiscutir [segurança], ou seja, que não estava havendo nenhumainvasão da polícia”, disse Eliana Silva, diretora da organizaçãonão governamental Redes de Desenvolvimento da Maré.Apesar disso, oencontro foi realizado com a presença do comandante e derepresentantes das 16 favelas do Complexo da Maré, sem que qualqueroutro contratempo fosse registrado. Os resultados da ConferênciaLivre na Maré sobre Segurança Pública serão reunidos em umdocumento a ser entregue à 1ª Conferência Nacional de SegurançaPública, que ocorrerá em agosto deste ano, em Brasília.Segundo Eliana Silva, odocumento só deve ficar pronto no final desta semana, mas elaadiantou que um dos principais focos das discussões da conferênciade ontem foi a atuação da polícia dentro das favelas que compõemo Complexo da Maré.“Uma coisa muitoforte que foi discutida é a necessidade de se mudar a relação dapolícia com os moradores. Independente de ser uma área que tenhaesses grupos criminosos armados, a polícia tem que agir com muitomais inteligência”, disse Eliana Silva.