Relação entre PIB e dívida líquida do setor público atinge em maio maior percentual desde 2008

29/06/2009 - 15h19

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A relação entrea dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto (PIB),soma de todos os bens e serviços produzidos no país, chegou a 42,5%em maio, o percentual mais elevado desde março de 2008 (42,6%). Ainformação foi divulgada hoje (29) pelo Banco Central (BC).Quanto menor a relação entre a dívida e o PIB, maior é aconfiança do investidor de que o país é capaz de honrar seuscompromissos. Para este mês, a projeção do BC é que a relaçãofique em 42,4%. Para o ano, a projeção é de 41,4%.A estimativa é feita com base na estimativa do BC de crescimentode 0,8% do PIB. No caso da projeção divulgada no Relatório deInflação, na última quinta-feira (25), de 42%, foi levada emconsideração a projeção de mercado para o PIB (queda de 0,57% em2009) . De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, AltamirLopes, por se tratar de um ano atípico, devido à crisefinanceira internacional, a relação entre a dívida e o PIB “vai, evidentemente, subir”. “Mas não temos dúvida de que, se cumprimos asmetas fiscais do resultado primário tanto para este ano quanto parao ano que vem, a tendência é de desaceleração na relaçãoentre dívida e PIB", disse ele, argumentando que o que contamais é a dinâmica, e não o patamar.O resultado primário é a diferença entre asreceitas e as despesas do governo, sem considerar os gastos compagamento de juros da dívida pública. Em abril deste ano, o governoanunciou a exclusão da Petrobras desse cálculo e alterou a meta do superávit primário para2009 de 3,8% para 2,5% do PIB. Para 2010, a meta é de 3,30%. No relatório divulgado hoje, pela primeira vez, o BC excluiu do cálculo os dados da empresa estatal e ajustou as informações divulgadas a partir de 2001. Com isso, arelação entre a dívida e o PIB, em dezembro de 2008, mudou de 36% para  38,8%. O aumento na dívida, com a exclusão da Petrobrás, ocorre porque os ativos da estatalajudavam a reduzir o endividamento do governo.