Indústria de base considera acertadas as medidas

29/06/2009 - 19h58

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Representantes da indústriade base, um dos setores mais afetados no Brasil pela crise financeiramundial, consideraram acertadas as medidas anunciadas hoje (29) pelo governo,principalmente por reduzirem custo de crédito e estimulareminvestimento. Para a Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), o estimulo à produção vaiajudar a minimizar os efeitos da crise financeira internacional. “O governo federalprocurou adequar as linhas de crédito de longo prazo ao novopatamar de juros básicos da economia. A reduçãoda Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) de 6,25% para 6,00% ao anodiminui o custo final ao investidor e, consequentemente, aosconsumidores finais”, destacou o presidente da Abdib, Paulo Godoy.Os primeiros cincomeses deste ano foram "cruéis" para a indústria debase. De acordo com representantes do setor, o crescimento de 20% –registrado no ano passado, principalmente antes da chegada dosefeitos da crise econômica no Brasil, no últimotrimestre de 2008 – “desapareceu abruptamente”. Entre janeiro e maiodeste ano, o país passou a importar 11,1% a mais de bens decapital sob encomenda e a exportar 43,3% a menos. Isso fez o saldocomercial fechar negativo em US$ 841,2 milhões nesse período. “A economia brasileira computavacrescimento nos investimentos por volta de 20% ao ano, e essedesempenho praticamente desapareceu abruptamente”, explicou PauloGodoy. Entre as medidas anunciadas hoje, Godoy destacou ainda ocorte pela metade nos juros de empréstimos para exportaçõese para projetos de inovação. A taxa era de 11% ecaiu para 5,5% com a decisão de que o Tesouro Nacional arcarácom a diferença. “A partir de agora, poderemos olhar commais detalhes para as linhas de empréstimo-ponte e de capitalde giro, ainda com custo financeiro elevado”, disse ele.Quando à indústria de bens de capital, Godoy destacou queas medidas têm caráter temporário e que háespaço para mais mudanças no futuro próximo. “Na verdade, as medidastemporárias servem para ajudar a remover algumas distorçõestributárias, principalmente as que oneram os investimentos, mastambém a produção.” Godoy disse que o setor de bens decapital, um dos mais importantes da economia, ganha fôlegocom a desoneração para mais 70 itens e com a reduçãode juros para que consumidores de máquinas e equipamentospossam fazer novas encomendas. “As medidas beneficiam principalmente setores com focono mercado interno, pois a produção voltada paraexportações ainda encontra um cenário muitoinstável e negativo”, completou.