Economista diz que incentivo ao consumo interno é saída para compensar perdas com crise

29/06/2009 - 18h13

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O incentivo ao consumo interno com a prorrogação da redução do Impostosobre Produto Industrializado (IPI) para veículos, caminhões,eletrodomésticos, materiais de construção, além de outros produtosalimentícios é uma medida preventiva para compensar perdas com a crise  econômica e equilibrar as contas do governo. A avaliação é do economista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),Nelson Chalfun. Segundo ele, com a desaceleração do consumo mundial, oBrasil registrou queda nas exportações, principalmente de commodities(matérias-primas com o preço atrelado ao dólar), tendo como “únicasaída” o incentivo ao mercado interno. A partir de agora, coma estabilização da economia, com projeções mais otimistas para ocrescimento o Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2010 e com osrecentes cortes na taxa de juros, segundo Chalfun, o país pode “tiraruma lição” das medidas anticíclicas, aproveitando a redução dos impostospara aumentar o poder de compra da população.  “Essaexpectativa de pressão sobre a inflação, em função do aumento doconsumo, está comprovada que não está acontecendo. E a própria reduçãoda taxa de juros - que está em 9,25% - veio em função da queda dainflação”, explicou. Para o economista, medidas como a reduçãodo IPI mostram que o governo pode manter a arrecadação elevada comaumento do volume das vendas, sem precisar, necessariamente, elevar asalíquotas do imposto, o que pode implicar na queda do consumo.  “Issopode servir de aprendizado: o governo mantém o desconto do IPI,arrecada mais com o aumento do volume de vendas, as pessoas comprammais e as empresas esvaziam os estoques”, afirmou. “Dá uma certaelasticidade para a demanda.” O ministério da Fazenda também anunciou hoje (29) a redução do IPI para cerca de 70 itens de bens de capital até o fim de dezembro,além da prorrogação da desoneração para veículos, produtos da linhabranca e materiais de construção. A ideia é estimular o consumo emanter os empregos nesses setores, que estão entre os mais afetados pelacrise econômica.