ONU apresenta plano para reduzir desigualdade de raça e gênero

26/06/2009 - 22h17

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apromoção de políticas de igualdade racial éuma preocupação internacional do sistema de agênciasda Organização das Nações Unidas (ONU),de acordo com a representante do Fundo das NaçõesUnidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Marie-PierrePoirier, que coordena o grupo de trabalho da ONU sobre gênero eraça e apresentou hoje (25) as diretrizes do comitêdurante a 2° Conferência Nacional de Promoçãoda Igualdade Racial.

Marie-Pierrelistou os objetivos do plano de ação, entre eles apromoção do acesso igualitário aos serviçospúblicos, a redução das vulnerabilidades e daviolência entre os grupos minoritários e a transparênciana implantação de políticas públicas dedireitos humanos.

O planotambém prevê a adoção de medidas internas na ONU, como a produçãode conhecimento sobre a desigualdade racial e de gênero e as açõespráticas como a preparação de candidatos negrose indígenas para na ocupação de cargos nas agências daorganização.

“A ONUnão é só um financiador de projetos, essa éuma visão equivocada. O que oferecemos são estratégiaspara priorizar o desenvolvimento de capacidades de gestores nospaíses para que resolvam seus próprios problemas”,afirmou.

Marie-Pierredefendeu a articulação entre governos, sociedade civile o setor privado na aplicação de medidasanti-discriminatórias e a troca de experiências entre ospaíses para subsidiar ações nacionais de combateao racismo e ao preconceito de gênero.

Acoordenadora do sistema ONU no Brasil, Kim Bolduc, disse que o paísé um “caso emblemático” na promoçãoda igualdade racial, pelo ativismo da sociedade civil e por avançosna formulação de políticas integradas, como asações afirmativas e o reconhecimento de direitosdos quilombolas.

“Muitospaíses assumiram compromissos com a redução dasdesigualdades. Vários revisaram seus textos constitucionais eoutros criaram instituições específicas parapromover a igualdade racial e de gênero, como o Brasil, com aSecretaria Especial de Políticas de Promoção daIgualdade Racial (Seppir) e a Secretaria Especial de Políticasparas as Mulheres”, citou.

Kimafirmou que a ONU está comprometida a continuar auxiliando ogoverno brasileiro na redução das desigualdades, masafirmou que a solução deve partir de iniciativasconjuntas, que incluem políticas de educação eaté os meios de comunicação.

“Nestemomento de tantos avanços, não podemos ceder terreno.Somente a solidariedade servirá para responder aos desafios domundo dividido de hoje”, disse.