TCU deveria ter investigado pagamentos de contratados por atos secretos, diz Cezar Britto

26/06/2009 - 14h50

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar de os atos destinados à contratação de servidores em cargos de função de confiança no Senado terem sido secretos, seus efeitos – no caso os pagamentos – eram públicos e provavelmente estavam registrados em folha. Segundo o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, é importante investigar os motivos de esses pagamentos terem passado despercebidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU). “O TCU não fiscaliza apenas o Executivo. Cabe a ele fiscalizar também o Legislativo, poder ao qual é subordinado. Os atos de contratação eram secretos, mas seus efeitos eram públicos. Alguém recebia o dinheiro, trabalhando ou não”, disse hoje (26) à Agência Brasil.Segundo Britto, esses pagamentos certamente estavam registrados em folha, mas não foram percebidos. “O TCU deveria ter investigado os motivos de esses pagamentos serem feitos sem que houvesse atos para justificá-los”, argumenta.Para o advogado, o TCU precisa, a partir da atual crise do Senado, estimular seus setores de auditoria a adotar programas para identificar pagamentos sem prévia autorização. “É preciso que o tribunal desenvolva trabalhos preventivos. A hora é de averiguar o presente e se precaver de atos dessa espécie no futuro”, propõe.