Setor de comércio e serviços tem mostrado maior resistência diante da crise, avalia BC

26/06/2009 - 15h31

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O setor de comércio eserviços é o que mostra, até o momento, maior resistênciadiante do cenário internacional adverso, na avaliação do diretorde Política Econômica do Banco Central (BC), Mário Mesquita.Segundo o RelatórioTrimestral de Inflação, divulgado hoje (26) pelo BC, a projeçãopara o crescimento do setor de serviços (que inclui comércio,transporte, intermediação financeira, serviços de informação,entre outros) neste ano foi revisada de 1,7% para 2,1%.No caso dosetor industrial, a previsão é de queda de 2,2%, contra ocrescimento de 0,1% estimado no relatório de março. No caso daagropecuária, a estimativa de retração passou de 0,1% para 0,8%.“Revisamos o setor deserviços que tem um peso maior no PIB [Produto Interno Bruto,soma de todos os bens e serviços produzidos no país]”, disseo diretor de Política Econômica do BC, Mário Mesquita.Segundoele, a resistência observada até agora no setor de serviços diantedos efeitos da crise financeira internacional foi um dos fundamentospara a previsão de crescimento de 0,8% do PIB neste ano. Anteriormente, essa estimativa era de 1,2%.“A nossa projeçãode crescimento [do PIB] é o melhor número a que os nossostécnicos chegaram. Revisamos para baixo essa projeção em funçãodos dados já existentes sobre a atividade econômica neste ano.Vamos ver no decorrer dos próximos trimestres como se comporta aeconomia e se vai ser necessário rever essa projeção”, disseMesquita.Segundo o diretor, háespecialistas que já esperam recuperação da economia nosegundo trimestre. “Há vários indicadores que sugerem que aeconomia brasileira tenha atingido o piso da atividade econômica navirada do ano, tendo entrado depois em uma trajetória gradual derecuperação.” O diretor acrescentouque o cenário externo agora está melhor do que estava à época do Relatório de Inflação divulgado em março. “Resta saber se oritmo de recuperação da economia mundial irá ajudar ou prejudicara recuperação da economia brasileira.”Sobre as alteraçõesnas projeções de inflação, Mesquita afirmou que refletem tanto ocomportamento da inflação neste ano como as expectativas para osíndices de preços e a ociosidade da economia.