Redução no número de vagas no mercado de trabalho pode afetar consumo no Brasil

26/06/2009 - 11h46

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O consumo no Brasilpode ser afetado pela piora nas condições do mercado de trabalho epela reversão de isenções tributárias. A avaliação consta doRelatório Trimestral de Inflação, divulgado hoje (26) pelo BancoCentral (BC).Apesar desse risco, oBC considera que o consumo é o terceiro fator essencial que vaiestimular a retomada da atividade econômica brasileira, afetada pelacrise financeira internacional, que se agravou em setembro do anopassado.Segundo o relatório, oconsumo no país “está relativamente resistente, em função, emparte, do recuo da inflação”. Além da menor inflação, a comprade bens e serviços é estimulada pela melhora nas condições docrédito, que foi afetado pela crise com a redução da oferta.Outro fator apontadopelo BC que vai contribuir para a retomada da economia é que o país'”está mais resistente a choques externos”. O relatório tambémcita a política monetária (atuação do BC para aumentar osrecursos disponíveis na economia e o nível dos juros básicos) e osestímulos da política fiscal (atuação do governo com relação àarrecadação de impostos e gastos).Além desses trêsfatores, o relatório cita melhora nas expectativas quanto aodesempenho da economia. “É importante mencionar que, em relaçãoao trimestre passado, o clima de confiança se alterou para melhor nopaís e parece emergir certo consenso de que o pior da crise játeria sido superado”, destaca o relatório.Contudo, diz orelatório, permanece ainda razoável incerteza sobre as projeçõesde crescimento da economia. “O risco, nesse caso, é de que arecuperação seja mais lenta do que a contida nas projeçõesatuais”. Segundo o BC, os investimentos devem se recuperarlentamente e as exportações “continuarão sofrendo os efeitos deuma contração econômica global que ainda mostra sinais depersistência”.Com relação àinflação, ainda há a possibilidade de um risco de elevação,devido “a mecanismos de reajuste que contribuem para prolongar notempo pressões inflacionárias observadas no passado, como evidenciao comportamento dos preços dos serviços e de itens dos preçosadministrados, desde o início do ano”.O BC reforçou que a osmecanismos de indexação de preços, mesmo que informais, “reduzema sensibilidade da inflação às flutuações da demanda [procurapor bens e serviços]”.