Questão dos atos secretos não pode provocar crise institucional no Senado, diz Lula

25/06/2009 - 19h42

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (25) que não quer que os atos administrativos secretos provoquem uma crise institucional no Senado. “Ali no Senado, todo mundo tem maioridade,todo mundo sabe o que acontece, que todo mundo, então, tome  decisão eresolva”, disse Lula, após participar da cerimônia de assinatura deacordo entre usineiros e cortadores de cana para melhoria das condiçõesde trabalho no setor.Lula disse que discorda de senadores segundo os quais os diretores envolvidos nas denúncias dos atos secretos têm causadoconstrangimento aos parlamentares. Para o presidente, esses diretores devem serafastados até a apuração do caso. “Só sei que ontem cheguei emcasa, fui ver televisão e vi um senador pedindo que os diretoresque estejam sendo acusados não compareçam porque estão constrangendoalguns senadores. Essa não é a medida mais adequada. A medida adequadaé a seguinte: se ele está sob suspeita, é melhor afastá-lo até que ascoisas sejam apuradas”, afirmou.O diretor-geral do Senado,Alexandre Gazineo, e o diretor de Recursos Humanos, Ralph Campos, foramexonerados dos cargos, mas permanecem como funcionários de carreira.Eles foram substituídos, respectivamente, por Haroldo Tajra e DórisPeixoto.Lula disse ainda que recebeu do presidente do Senado, José Sarney(PMDB-AP), a garantia de que as denúncias estão sendo apuradas. “Sarney foieleito. Os senadores elegeram ele. Acho que o Sarney tem o compromissode fazer apuração. Ele me disse que está apurando isso. Eu só esperoque tenha apuração”, respondeu Lula, ao ser indagado se Sarney também deveriadeixar o cargo.