Queda da produção e de investimentos da indústria puxa PIB para abaixo de zero

25/06/2009 - 16h31

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Produto Interno Bruto(PIB) negativo, de – 0,4% para 2009, projetado pela Confederação Nacional daIndústria (CNI), se deve principalmentea uma queda na produção e nos investimentos da indústria. A projeção anterior, feita em março,era de que o PIB seria zero.O gerente executivo dePolítica Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco,justificou hoje (25) que, mesmo com um crescimento do consumo dasfamílias projetado no ano em 0,7% e uma aceleraçãoda economia nos próximo meses, isso não serásuficiente para puxar a indústria para cima. “Como o patamar emque nos encontramos é muito baixo, só para dar umexemplo, 15% da produção industrial menor do quenos primeiros quatro meses de 2008, mesmo com algum crescimento,crescimento moderado, ele não contrabalança o que foinegativo nesses primeiros meses. Um dado positivo só éesperado em 2010”, explicou.O PIB industrialde 2009 deverá ficar em – 3,5%, sendo que a projeçãoanterior era de – 2,8% e a formação bruta de capitalfixo, ou seja, o investimento, será de – 9%, contra umaprojeção anterior de – 4,4%.Apesar desses númerosnegativos, a CNI espera uma melhora no consumo das famílias, que teve retração de 0,9% em março e, na projeção de junho, deverá crescer 0,7%. A melhora se deve auma reativação da demanda doméstica com base namanutenção da renda das famílias, um controle dainflação e a um aumento no valor dos benefíciosoferecidos pelo governo. “Isso sustentou a demanda interna. E oconsumo das famílias já mostrou reação noprimeiro trimestre de 2009”, disse Castelo Branco.A CNI manteve a meta deinflação em relação à projeçãoanterior, de 4,2%. A taxa nominal médiade juros para o ano ficou praticamente estável em comparação à projeção anterior, que era de 10,20% em marçoe passou para 10,15%, em junho. A expectativa é de que a taxaSelic chegue ao final do ano a 8,75% contra os 9% projetados anteriormente. Ataxa real de juros deve ficar em 5% sendo que a estimativa anteriorera de 5,2%.A projeção de déficit público nominal para este ano, de acordo com a CNI, é de 2,3% do PIB, contra 2,1% do PIB na projeção anterior. O superávit público primário também não sofreu grandes alterações em relação à projeção anterior, que era de 2,7% do PIB e passou para 2,5%. A dívida pública líquida sofreu uma reavaliação de apenas 0,8 ponto percentual. A expectativa era de que ficasse em 37,9% do PIB em março e, agora em junho, espera-se que seja de 38,7%.