DEM vai decidir se pede afastamento de Sarney devido a denúncias contra um dos seus netos

25/06/2009 - 18h59

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente daComissão de Constituição e Justiça, Demóstenes Torres (DEM-GO),informou que o Democratas vai se reunir para avaliar a crise no Senadoe um possível pedido de afastamento do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), do cargo.De qualquer forma, o parlamentar ressaltou que a posição do DEM, hoje, éque Sarney se afaste das investigações de irregularidades cometidas nagestão do ex-diretor geral Agaciel Maia, bem como nas que serão feitassobre a participação da empresa Sarcris na concessão de empréstimosconsignados a servidores.A Sarcris tem como sócio José Adriano Cordeiro Sarney, neto dopresidente do Senado, e fez aintermediação dos empréstimos consignados concedidos por alguns bancoscredenciados, entre os quais, o HSBC. Segundo Demóstenes, José Sarneyestá impedido, uma vez que tem um neto envolvido na denúncia e, no casode Agaciel, pelo seu vínculo de amizade com o ex-diretor.“Na terça-feira [30],o partido vai se reunir para decidir se é o caso também para pedir queele se licencie da presidência ou até mesmo chegar a exigir providências mais graves.Vai depender da análise que faremos”. Demóstenes Torres destacou que jáexistem propostas para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que, no seu entender, não funciona, e a representação aoConselho de Ética que o P-SOL deverá fazer.O debate sobre ascondições políticas de Sarney de se manter na presidência do Senadocomeçou por um pronunciamento do senador Pedro Simon (PMDB-RS). Nele, oparlamentar pediu ao presidente que deixe temporariamente o cargo antesque sua situação “torne-se insustentável”.Nos apartes, Sarneyfoi defendido pelos peemedebistas Geraldo Mesquita Júnior (AC) eWellington Salgado (MG). O senador acreano lembrou que José Sarney foieleito junto com todos os parlamentares que integram a Mesa Diretoraque, conjuntamente, deve responder “pelas decisões e omissões” tomadaspela Casa.Já Wellington Salgado lembrou que, no ano passado,quando a bancada do PMDB discutia um nome para suceder Garibaldi AlvesFilho (PMDB-RN), foi feito o convite a Pedro Simon para ser o candidatoque, de pronto, rejeitou a idéia. “Vossa Excelência implorou na reuniãoda bancada para o senador Sarney ser o candidato e ele disse que nãoseria. Nós dissemos ao senhor que o apoiaríamos e o senhor rejeitou”,disse.Pouco antes do discurso de Simon, a crise do Senado foitratada pelo vice-líder do PSDB, Álvaro Dias (PR). Ele afirmou que adecisão por um eventual afastamento do cargo cabe única eexclusivamente ao presidente José Sarney. Entretanto, cobrou doparlamentar pronunciamentos e atitudes firmes para investigar todas asdenúncias que estão sendo feitas.A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS),entretanto, não pensa da mesma forma que o colega de partido. Elaafirmou que o afastamento temporário de Sarney do cargo permitirá queas investigações sejam conduzidas e as providências tomadas.Osenador Eduardo Suplicy (PT-SP) é outro que defende a tese doafastamento do presidente do Senado. Segundo ele “seria saudável paraas investigações” se Sarney tomasse essa decisão.