ONGs cobram ações imediatas do governo para enfrentar mudanças climáticas

24/06/2009 - 6h39

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Organizaçõesnão governamentais ambientalistas ligadas a questõesclimáticas vão apresentar hoje (24) manifestocobrando ações imediatas do governo para reduzir asemissões brasileiras de gases de efeito estufa e garantirresultados na negociação global sobre um novo acordopara complementar o Protocolo de Quioto, marcada para dezembro emCopenhague, na Dinamarca.

O grupo,batizado de Observatório do Clima, organiza hoje um debate comrepresentantes do governo, do Congresso Nacional e da sociedade civilpara discutir os instrumentos adotados pelo Brasil para enfrentar asmudanças climáticas e o andamento da negociaçãointernacional que deverá ser concluída em Copenhague.

Entre asreivindicações está a implementaçãode medidas efetivas do Plano Nacional de Mudanças Climáticas,inclusive com a definição de metas de reduçãopara o desmatamento de biomas como o cerrado e a caatinga. A versãoatual do plano só prevê metas para a Amazônia.

Naavaliação das ONGs, o plano “ainda está longede ser um esforço de Estado que coloque o Brasil nos trilhosde um desenvolvimento com baixos níveis de carbono”. Alémda redução dos índices de desmatamento, o grupodefende outros compromissos, como a prioridade para energiasrenováveis e a redução drástica deautorizações para termelétricas a óleo ecarvão mineral.

“Queremosa aprovação da Política Nacional de Mudançado Clima, com status de lei, que possa regulamentar a questãode forma mais consistente, mais duradoura”, acrescentou apesquisadora do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia(Imazon), Brenda Brito. O projeto de lei que cria a políticaestá em tramitação no Congresso.

Emrelação às negociaçõesinternacionais, as ONGs pedirão que “os negociadores sejamfirmes para garantir metas ambiciosas e rígidas de reduçãode emissões de gases de efeito estufa pelos países desenvolvidos”. Além disso, na avaliação dogrupo, os negociadores brasileiros deverão concentrar esforçospara criar um mecanismo que estimule a redução deemissões por desmatamento e degradação, ochamado Redd.

“Asnegociações já começaram e épossível chegar a um acordo em Copenhague se houvercomprometimento. É possível ter um acordo que possaprever metas mais ambiciosas e, principalmente, a criaçãode um mecanismo para florestas, que beneficiaria muito o Brasil”,comentou Brenda.