Finep anuncia novos parceiros para investimentos em empresas inovadoras

24/06/2009 - 21h28

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Corporação Andina deFomento (CAF) é um dos novos parceiros da Financiadora deEstudos e Projetos (Finep), agência de inovaçãodo Ministério da Ciência e Tecnologia, no programaInovar Fundos. Formado por investidores públicos e privados, oInovar Fundos objetiva estimular a criação de fundos decapital de risco (venture capital) que invistam em empresasinovadoras de base tecnológica do país.

Mais quatro parceirosserão anunciados na noite de hoje (24) pela Finep, duranteevento no Rio de Janeiro: a Fundação Cesp, o fundo depensão Fibra da Itaipu Binacional, o Banco de Desenvolvimentode Minas Gerais e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul.

O diretor de Inovaçãoda Finep, Eduardo Costa, disse à Agência Brasilque embora as ações de capital de risco sejam recentesno Brasil, o país é pioneiro na América Latina.E o sucesso do Inovar já começa a ser replicado paramais países latinos. “É um reconhecimento do estágioem que nós estamos. Hoje, todo mundo reconhece que o capitalde risco é uma das maiores alavancas para as empresasinovadoras”.

Atualmente, os fundosInovar contam com oito parceiros: Fundo Multilateral deInvestimento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), osfundos de pensão Petros, Previ, Funcef, Fapes, Fachesf,Eletros e a BM&F Bovespa.

Eduardo Costa revelouque a Finep já tem aprovados investimentos em 22 fundos. “Sónesta rodada agora tem mais 17 [fundos] sendo analisados”.Dos 22 fundos iniciais, 13 já estão operando eaportaram recursos em torno de R$ 2,8 bilhões em quase 50empresas inovadoras.

Cada fundo investe emdez ou 12 empresas inovadoras durante um período de cerca detrês a quatro anos. Segundo Costa, a ideia é que onúmero de fundos cresça muito nos próximos anos.Ele disse que, com a crise internacional, a queda nos juros provocaum movimento na direção dos fundos de maior risco, emgeral. No caso da Finep, isso é sentido nos fundos de capitalde risco, que despertam interesse dos investidores, em especial dosfundos de pensão.

Na avaliaçãodo diretor da Finep, os fundos de pensão “são, delonge, a maior poupança nacional. E quando elas viram essapoupança, da ordem de R$ 400 bilhões, para qualquerdireção, provocam uma inundação naquelesetor”.

No momento, segundoCosta, há uma tendência clara dos fundos de pensãoprocurarem ativos de renda variável, em particular os fundosde investimento. Considerando que o Brasil poderá atingir opadrão americano no futuro, em que os fundos de pensãoinvestem 5% do seu patrimônio em fundos de capital de risco,isso significa que cerca de R$ 20 bilhões poderão seraplicados em empresas inovadoras no país.

As empresas inovadorasapoiadas pelos fundos Inovar são, predominantemente, detecnologia mais intensa. O maior setor é o de tecnologia dainformação e comunicação (TIC), seguidode biotecnologia (biomassa) e energias renováveis. “Atendência vai ser concentrar nesses setores mais dinâmicosda tecnologia”.

A participaçãoda Finep é de aproximadamente 10% dos fundos maiores até49% dos fundos menores, com a participação médiaentre 15% a 20%. “No final, a gente multiplica o nosso dinheiro porseis ou sete”, afirmou.

Desde 2001, quando foifeita a primeira chamada do programa Inovar Fundos, até a nonachamada, foram recebidas pela Finep 105 propostas de fundos, enviadaspor 51 gestores de vários tipos. Do total, forampré-qualificadas 96 propostas, das quais 67 foram aprovadaspara uma análise mais aprofundada.