Brasil deve redobrar atenção na fronteira com produtores de cocaína, afirma general

24/06/2009 - 1h55

Marco Antonio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O secretário nacionalde Políticas Antidrogas, general Paulo Uchôa, disse hoje (24) queas autoridades brasileiras estão conscientes da importância defortalecer a fiscalização na extensa fronteira com os maioresprodutores de cocaína do mundo – Colômbia, Bolívia e Peru. ORelatório Mundial sobre Drogas 2009, divulgado pelo Escritório dasNações Unidas Sobre Drogas e Crime (Unodc), confirma o país comouma das principais rotas de tráfico para outros continentes.“No que diz respeitoà produção de drogas, o Brasil não incomoda muito o mundo. O paísnão produz para a exportação. Incomodamos, sim, por ser um paísde trânsito excelente para o tráfico, já que temos fronteiras comos maiores produtores de cocaína do mundo”, afirmou Uchôa.“São mais de 9 milquilômetros que temos que cuidar. Enquanto isso os Estados Unidostem apenas a fronteira com o México, que é menor do que a nossa sócom a Bolívia. Isso explica a necessidade da intensificação [ deesforços] para enfrentar esse problema”, acrescentou ogeneral.A pesquisa da ONUapontou que a América do Sul é responsável por 323 toneladas (45%)do total mundial de apreensões de cocaína. O Brasil é o décimopaís do mundo no ranking de apreensões. Foram apreendidas 16toneladas da droga no país em 2007, contra 14 toneladas em 2006. AVenezuela é citada como o país de trânsito mais importante para otráfico de cocaína para a Europa.No relatório, o Brasilconsta como o maior mercado de cocaína da América do Sul em númerosabsolutos, estimado em aproximadamente 890 mil pessoas ou 0,7% dapopulação entre 12 e 65 anos. Entretanto, Uchôa argumentou quecomparações devem ser relativizadas.“Temos convicçãoabsoluta dos dados que fornecemos [para o Unodc] e sabemos queisso não ocorre com muitos outros países, que não têm tanto rigorassim. Por isso, temos muito cuidado em fazer comparações. Nosinteressa colocar num contexto mundial para ver o que precisamosmelhorar”, disse Uchôa.O general lembrou aindaque Brasil aderiu às convenções da ONU para combate ao tráfico eao crime organizado. E citou também diretrizes adotadas pelo governofederal para tentar reduzir a demanda da sociedade por drogas.“Temos tomado asprovidências ao nosso alcance, com atenção na identificação eatualização dos dados. As políticas setoriais de diversosministérios devem integrar políticas antidrogas para promover aredução da demanda”, assinalou.