Lula diz que imprensa tem predileção por noticiar "desgraças"

23/06/2009 - 14h29

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente LuizInácio Lula da Silva afirmou hoje (23) que a imprensa tem predileçãopor noticiar “desgraças” e citou o caso dos escândalos noSenado que, segundo ele, tem mais espaço no noticiário do que ageração de empregos no país.“Depois da criseeconômica que o mundo está passando, a gente teve no mês de maiocento e poucos mil empregos positivos, mas a manchete é o emprego noSenado, ou seja, é uma perda de valor, não consigo compreender porque a predileção pela desgraça”, disse ele, ao participar dacerimônia de lançamento do projeto de revitalização da zonaportuária do Rio de Janeiro.No discurso, Lula fezcríticas aos governantes anteriores do Rio de Janeiro. Citando a máconservação da zona portuária, ele afirmou que “é melhorconsertar, é mais barato. Quem tem um carro velho e vê aparecer umponto de ferrugem, tem que consertar logo, porque senão a ferrugemvai comendo, você coloca um bombril, tampa para vender mais barato,engana o coitado que compra, foi assim a governança no Rio durantemuito tempo”.Lula disse também quedurante longos anos o país foi governado por gente de mau humor, queacorda e vai dormir “azeda”. “Não e possível querer serrepresentante dos outros se você não tem um comportamento de maiorflexibilidade, de levantar os problemas das pessoas e tratar todoscomo se fossem iguais”.A revitalização dazona portuária do Rio de Janeiro busca atrair empresas, melhorar ainfraestrutura turística no porto e prevê também projetohabitacional para 500 novas residências na região com parte doprograma Minha Casa, Minha Vida. Estão previstos no projeto aabertura de ruas e praças, iluminação do espaço público,drenagem, recuperação de vias e construção de garagenssubterrâneas.A expectativa é de quea revitalização beneficie os 400 mil turistas que chegam pelo portoanualmente e os 25 mil moradores que podem usar o local para lazer eentretenimento. O investimento na primeira etapa é de US$ 187milhões, sendo que 50% vêm do governo federal.