Funasa aceita reivindicações e índios prometem encerrar invasão da instituição em Manaus

23/06/2009 - 19h43

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - AFundação Nacional de Saúde (Funasa) aceitou as reivindicaçõesdos índios que invadiram a sede da instituição em Manaus, há 16dias, e confirmou hoje (23) a exoneração do chefe doDistrito de Saúde Indígena (Dsei) da cidade, Radamésio Velasquesde Abreu, e do coordenador da instituição no Amazonas, Pedro Paulode Siqueira Coutinho. Também foi afastada do cargo a coordenadorasubstituta Sílvia Evangelista Pimenta.Adecisão foi tomada durante reunião realizada na manhã de hoje, emBrasília, entre os presidentes da Funasa, Danilo Forte,e da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira; dasecretária do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável doAmazonas, Nádia Ferreira; e do representante das liderançasindígenas, Jecinaldo Sateré.Emcontrapartida ao pedido aceito, os índios prometeram desocupar oprédio da Funasa na capital amazonense o mais rápido possível.Isso irá depender da organização do grupo, incluindo mulheres ecrianças, e também dos objetos pessoais e alimentos levados aolocal nos últimos dias. Segundo os caciques responsáveis pelaocupação, quase 630 pessoas estão nas dependências do prédio.Atéa nomeação de novos responsáveis pelos cargos, a servidora daFunasa, Cecimar Amaral, vai responder pela coordenação da instituição no Amazonas e pela administração doDsei de Manaus. Emnota, a Funasa informou que as indicações dos nomes definitivosserão feitas durante o Seminário do Grupo de Trabalho de SaúdeIndígena – Amazônia Legal 1, que acontecerá em Manaus, amanhã (24) e quinta-feira (25). O evento é promovido pela Funasa e pelo Ministério da Saúde.Desdeo último dia 8 (uma segunda-feira), as atividades da Funasa em Manaus estão paralisadaspor causa da invasão. Além da exoneração do chefe do Dsei Manause do coordenador do órgão federal no Amazonas, os manifestantesainda exigem que o novo chefe do Dsei seja um índio indicado pelogrupo, que, neste caso, seria um representante do povo Mura. Como essareivindicação não foi formalmente aceita, segundo o índio AiruSaterá, os manifestantes poderão se deslocar para as dependênciasda Funai, também em Manaus, até resolveressa questão."Aindaestamos discutindo essa situação, mas a ideia é retornar àsnossas aldeias somente depois que o Zenilton Mura for nomeado”,declarou Airu Saterá, em entrevista à Agência Brasil.