Estrangeiros retiraram R$ 14,5 bilhões da dívida interna desde agosto

23/06/2009 - 18h00

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Desde agosto, quando registrou o nível recorde, os estrangeiros retiraram R$ 14,5 bilhões a mais do que aplicaram em títulos da dívida pública interna. Segundo números divulgados hoje (23) pelo Tesouro Nacional, o valor de títulos da dívida interna nas mãos de investidores estrangeiros caiu para R$ 67,77 bilhões em abril, o menor nível em um ano e meio.A quantia equivale a 5,6% do estoque da dívida mobiliária (em títulos) interna. No mês anterior, a participação de estrangeiros tinha atingido R$ 68,56 (5,64%).A presença dos estrangeiros atingiu o auge em agosto, quando o volume da dívida nas mãos de investidores internacionais tinha somado R$ 82,3 bilhões (7%). Com o agravamento da crise econômica internacional, a participação caiu a partir de dezembro. Em dezembro, houve ligeira alta, mas a aplicação de estrangeiros voltou a diminuir nos meses seguintes.Os estrangeiros têm vantagens para aplicar em renda fixa no Brasil. Desde fevereiro de 2006, os investidores externos são isentos de Imposto de Renda, diferentemente dos investidores nacionais. Além disso, os aplicadores internacionais não pagam Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) desde o final de outubro do ano passado.Em março, o governo passou a cobrar 1,5% de IOF sobre as aplicações de estrangeiros em renda fixa para frear a entrada de recursos externos e conter a queda do dólar. No entanto, por causa da fuga de capitais provocada pela crise financeira, a equipe econômica decidiu zerar a alíquota no final de outubro.Os dados referentes a maio só serão divulgados no fim de julho. No entanto, o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Guilherme Pedras, afirmou que as informações preliminares indicam uma forte entrada de investidores estrangeiros na dívida no mês passado.“O que a gente viu, ao longo de maio, foi uma entrada de investidores estrangeiros na dívida. Mas é importante destacar que também cresceu a participação de outros grupos de investidores, como os fundos de pensão e a tesouraria de banco”, disse o coordenador.