Crise econômica afeta indústria e leva consumo de energia recuar pelo sexto mês

23/06/2009 - 17h46

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O consumo de energiaelétrica do país caiu 4,4% em maio, emcomparação com igual mês do ano passado, tendoatingido uma demanda de 31.209 gigawatts/hora (GW/h). É osexto mês consecutivo de queda, quando são feitas comparações com os mesmos meses do ano anterior.Os dados são dapesquisa mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), coletados na Comissão Permanente de Análise eAcompanhamento do Mercado de Energia Elétrica (Copam), quereúne as principais concessionárias de distribuiçãodo país.Com o resultado do mês passado, o consumo de energia elétrica fecha os cinco primeiros meses do ano com retração acumulada de2,7%, tendo atingido os 157,3 mil GW/h no período. Os dados da EPE indicam que, de maio de 2008 até maio de 2009, foi registrada uma pequena expansão (1,2%).Na avaliaçãoda EPE, autarquia responsável pelo planejamento energético do país, as quedasconsecutivas na demanda por energia refletem “os efeitos da crisefinanceira internacional sobre a atividade industrial”.A EPE esclareceu que ademanda da indústria, que foi de 15.087 GW/h em maio do anopassado, atingiu em maio deste ano 13.221 GW/h. “O consumo total deenergia só não é ainda menor graças aocomportamento do consumo das residências e do setor de comércioe serviços.”Isto acontece, naavaliação da EPE, em razão da reduçãode impostos sobre eletrodomésticos, aliada a “outrasmedidas tomadas pelo governo no enfrentamento da crise e que têmlogrado êxito ao manter certa expansão no consumo deenergia das famílias e do setor terciário da economia”.Em maio, o consumoresidencial atingiu expansão de 3,6%, elevando para 6% ademanda acumulada no ano. Já o consumo comercial cresceu 2,9%,atingindo 5,5% de aumento na demanda de janeiro a maio.Em contrapartida, oconsumo industrial caiu 12,4% no mês passado, fechando o acumulado do anoem 11,5%.A EPE constatou, ainda,que tanto o consumo residencial como o comercial vêm se mantendo emalta em todas as regiões do país.