Senadores começam semana dispostos a pressionar Sarney por mudanças administrativas

22/06/2009 - 12h20

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ossenadores que reivindicam mudanças profundas na administraçãoe gestão política da Casa estão preparados parapressionar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), aacelerar as mudanças propostas. O líder do PSDB, ArthurVirgílio Neto (AM), que integra o grupo, disse que o Senado“entrou num caminho sem volta”.“Ou opresidente Sarney fica com esse pessoal ou cai junto com eles[envolvidos nos escândalos]”, disse o parlamentartucano numa referência aos ex-diretores João CarlosZoghbi e Agaciel Maia, já afastados pelo presidente da Casa,por conta de denúncias de participarem de esquemas de fraudeem contratos do Senado.SegundoArthur Virgílio, não há mais como esperar. Ogrande problema, de acordo com ele, é Sarney e seu grupopolítico “jogarem sempre com o tempo” na tentativa decontornar a situação criada com as denúncias deirregularidades administrativas no Senado. O parlamentar aguardará,agora, o resultado da reunião da Mesa Diretora, prevista paraa tarde de amanhã (23).A MesaDiretora analisará o resultado da comissão de sindicânciaque investigou os atos secretos assinados pelo ex-diretor-geralAgaciel Maia. A comissão investigou 15 anos da gestãode Agaciel Maia para levantar os atos que não foram publicadosnos boletins administrativos do Senado.O primeirosecretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), a quem aDiretoria-Geral está subordinada só chega a Brasíliaamanhã, de acordo com a assessoria. Ele está em SãoPaulo, onde se recupera de uma cirurgia para redução doestômago.Nareunião, a Mesa Diretoria também vai analisar assugestões apresentadas por um grupo de parlamentares aopresidente José Sarney na semana passada. O presidente doSenado já anunciou algumas providências como a criaçãoimediata de um portal na internet, onde serãopublicados todos os atos administrativos e decisões tomadaspelo Senado.Eleanunciou, na sexta-feira (19), a realização de umaauditoria externa para investigar a folha de pagamentos de pessoal doSenado. A recomendação foi feita pela FundaçãoGetulio Vargas (FGV) no relatório preliminar de reformaadministrativa entregue ao presidente. Sarney não deixou clarose a FGV fará a auditoria, votada em plenário.