Reciclagem pós-consumo é a solução indicada pela indústria para os sacos plásticos

21/06/2009 - 12h56

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A solução para o problema causado pelo descarte de sacos plásticos na natureza é o investimento na reciclagem pós-consumo, de modo a transformar esse material em um novo produto. A afirmação é da gerente jurídica de Assuntos Legislativos da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Gisela Dantas.

“A indústria é favorável não à proibição das sacolas plásticas, mas à reciclagem. Falta uma educação ambiental na sociedade. Existe um lixo muito grande. Então, a solução é a reciclagem, até por uma questão social, porque existe um público muito grande que vive dessa coleta”, explica.

O Departamento Jurídico da Firjan já encaminhou carta a todos os parlamentares da Assembléia Legislativa (Alerj) manifestando sua posição contrária ao projeto do governo do estado que prevê a substituição gradual de sacolas plásticas pelo comércio. A entidade vai participar da votação, marcada para a próxima quarta-feira (24), na Alerj.

Gisela Dantas lembrou que o projeto foi apresentado em 2007 e aprovado por algumas comissões de deputados, mas recebeu mais de 40 emendas. “Muitas aprimoram o projeto e outras o tornam mais preocupante”, disse ela, que se posicionou contra a idéia de recompra das sacolas.

Em termos técnicos, ela esclareceu que se trata de uma tecnologia bem administrada, que dispensa a extração suplementar de petróleo, necessária para a produção de resinas, indispensáveis à confecção de novas sacolas.

“Tem uma série de investimentos na reciclagem e não na substituição”, afirmou. A advogada argumentou que, como se trata de uma lei estadual, a aprovação poderá  provocar um êxodo de indústrias que estão instaladas no Rio de Janeiro para outros estados, reduzindo a contratação de mão de obra.

Para Gisela Dantas, é um engano pensar que a utilização de sacolas oxibiodegradáveis, que se decompõem mais rapidamente, seja uma alternativa aos sacos plásticos tradicionais.

“É uma falsa idéia de que ele se desmancha e que não existe uma poluição. Na verdade é até pior, porque os custos e os riscos com relação à sacola plástica hoje utilizada  já são conhecidos. Ao contrário dos plásticos biodegradáveis, cuja decomposição pode liberar metais pesados no meio ambiente, sem qualquer forma de controle."

Gisela reiterou que a Firjan vem atuando no sentido de  tentar conscientizar as pessoas de que a melhor solução não é a substituição por plásticos chamados de oxibiodegradáveis, porque as partículas se espalham e acabam ficando  invisíveis. 

A Firjan defende a reciclagem  porque, além de ser melhor para o meio ambiente, gera vários postos de trabalho para o estado.