Projeto de substituição de sacolas plásticas no Rio prevê até troca por comida

21/06/2009 - 14h04

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente do Instituto Estadual do Meio Ambiente, Luiz Firmino Martins Pereira, comemorou o projeto de lei do governo do Rio de Janeiro que prevê a substituição gradual das sacolas plásticas pelos estabelecimentos comerciais por bolsas confeccionadas com materiais mais resistentes e menos poluentes. A votação na Assembléia Legislativa (Alerj) será na quarta-feira (24).

A questão do saco plástico é emblemática hoje, disse Firmino à Agência Brasil. “O Inea opera várias ecobarreiras nos rios aqui do estado. E a quantidade de sacola plástica que é retirada mensalmente dos nossos rios é uma coisa absurda. O plástico leva mais de 400 anos para se degradar no meio ambiente”, explicou.

"Essa lei vem para a gente buscar uma responsabilidade, uma forma de você mitigar esse problema que hoje está sendo provocado." A ideia é estimular a troca dos sacos plásticos por um material  menos agressivo ao meio ambiente, mais duradouro e que possa ser utilizado várias vezes.

Segundo Firmino, o material plástico usado nas sacolas estimula o descarte. "A sacola  plástica é feita para usar uma vez e jogar fora. Normalmente ela vira sacola de lixo e acaba indo para o meio ambiente. Então, o objetivo maior do projeto é ter uma reutilização e usar a sacola com outras finalidades."

O presidente do Inea comentou a possibilidade de recompra dos sacos plásticos pelo comércio, prevista na proposta do governo do estado.  Para ele, a recompra facilita o processo de conscientização, na medida em que cria um incentivo econômico  para que as pessoas venham a aderir  ao processo com maior facilidade.

Firmino disse que o projeto poderá causar questionamentos porque prevê também a troca das sacolas plásticas por comida. Para cada 50 sacolas devolvidas pelos consumidores seria feita a troca por um quilo de arroz ou feijão.

“O espírito é esse: você recebe um pagamento pecuniário ou  tem a permuta por comida. Pega  exatamente essa faixa da população que precisa mudar o conceito, a cabeça da pessoa, e cria esse incentivo para que venha a aderir com mais facilidade a essa nova mentalidade", disse.

O prazo previsto pelo projeto para que o comércio substitua as sacolas plásticas vai de seis meses, para as empresas de grande porte, a três anos, para as microempresas.