Reitores planejam programa para impulsionar pós-graduação nas universidades federais

20/06/2009 - 12h08

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os reitores dasuniversidades federais querem impulsionar a pós-graduaçãoe o desenvolvimento científico no país, especialmenteem regiões como o Norte e o Nordeste. Em parceria com osministérios da Educação (MEC) e da Ciênciae Tecnologia (MCT), está em elaboração umprojeto para reestruturar os programas de mestrado e doutorado nasinstituições federais. A ideia é lançaro Programa de Apoio a Pós-Graduação (PAPG) aindaem 2009.A proposta éinspirada no Programa de Reestruturação e Expansãodas Universidades Federais (Reuni), que ampliou vagas e campi em todoo país. De acordo com o novo presidente da AssociaçãoNacional dos Dirigentes das Instituições Federais deEnsino Superior (Andifes), Alan Barbiero, a pós-graduaçãobrasileira é um exemplo internacional e cresceu muito nosúltimos anos, mas necessita superar algumas desigualdades. “Precisamos expandirainda mais, principalmente no sentido de reduzir as assimetriasregionais. A pós-graduação cresceu, mas de formaconcentrada, majoritariamente na Região Sudeste. Precisamos deuma política mais agressiva para que ela avance nas regiõesNorte, Nordeste e Centro-Oeste”, defende Barbiero, que éreitor da Universidade Federal do Tocantins (UFT).Barbeiro avalia que asregiões que receberam novos campi universitários com oReuni agora precisam consolidar o processo com um “forte incentivoà pós-graduação”. “Quando vocêcria um curso de mestrado ou doutorado naquela média cidade,você atende uma demanda da sociedade e estimula odesenvolvimento científico daquela região. Nósestamos vivendo um momento em que o desenvolvimento do país seinteriorizou. As regiões mais dinâmicas não estãorestritas ao Rio de Janeiro e a São Paulo”, compara.O programa deveráinvestir na infraestrutura de laboratórios, na formaçãoe na fixação de mestres e doutores no territórionacional de forma equitativa. Além da predominância degrupos de pesquisa em regiões específicas do país,a Andifes avalia que os trabalhos também se concentram emcertas áreas do conhecimento. O objetivo do PAPG éacabar com essa discrepância. “A pós-graduaçãohoje se concentra em áreas do conhecimento como as ciênciasbiológicas e agrárias, mas outras áreas como ashumanas tiveram um desenvolvimento mais tímido”, aponta.Segundo Barbiero, oprojeto foi bem recebido pelos ministros da Educação,Fernando Haddad, e da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende.Será formada uma comissão para definir as linhasprincipais do programa e a ideia é que haja previsão no orçamento das pastas para 2010. Na primeirafase do PAPG, os recursos vão vir de programas que jásão voltados para o investimento em pesquisa. SegundoBarbiero, ainda não foi estabelecido o montante que seránecessário para fazer essa reestruturação. “O MEC e o MCT vãoser protagonistas, mas a gente busca uma açãointerministerial articulada, incluindo os ministérios daAgricultura, da Indústria e Comércio, a Casa Civil e aprópria Confederação Nacional da Indústria.Vamos fortalecer a pós-graduação como elementoestratégico do desenvolvimento nacional”, afirma.