Servidores da Previdência ampliam adesão à greve no Rio de Janeiro

19/06/2009 - 19h11

Luiz Augusto Gollo
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Em assembleia no térreo do sindicato, na Lapa,centro carioca, cerca de 400 filiados do Sindicato dos Trabalhadores daPrevidência Social no estado do Rio de Janeiro (Sindsprev) decidiram, esta tarde (19), manter aparalisação iniciada na última terça-feira (16) e quehoje atinge mais da metade das agências de atendimento aopúblico no estado do Rio de Janeiro.EdílsonMariano, da assessoria jurídica do Sindsprev, calculou que aadesão à greve atingiu nesta semana entre 55% e 60% dasinstalações da Previdência Social, contra os 35%verificados nos primeiros dias. “Nossa luta tem váriasfrentes, porque as reivindicações são em defesada previdência pública brasileira. Queremos a jornada de30 horas semanais, e não a de 40 horas proposta pelo governo,a incorporação das gratificações aossalários e a realização imediata de concursopúblico para preenchimento dos cargos necessários”,disse.Edite Santos, também da diretoria do sindicato, acusou o governo federal de querer a privatizaçãoda previdência social, “sucateando e liquidando o patrimônioe prejudicando os servidores ativos e inativos”. Ela defendeu oaumento linear para os funcionários, inclusive aposentados, edenunciou o desmonte dos ministérios da PrevidênciaSocial, da Fazenda e do Trabalho.“O governo dáaumento linear para fiscal e procurador, a turma lá de cima.Para nós, o aumento é na base dos pontos, um recebe 80,outro 30, e assim a gente só perde”, reclamou, destacandoque o governo propôs a jornada de oito horas diárias eredução de salário, “com o objetivo claro deprivatizar o serviço”.A avaliação dedesempenho determinada pelo ministério também éalvo das reclamações dos servidores fluminenses da Previdência Social, porque consideram uma medida prejudicial.“Em vez de avaliar servidor,por que não avaliam a instituição?”, perguntouMariano, argumentando que sem computadores, salas, mesas e atécadeiras para trabalhar “fica difícil medir a eficiênciado servidor”.Maria da Glória Silva, tambémdiretora do Sindsprev e técnica em radiologia no HospitalEstadual Anchieta, aproveitou a assembleia paraconvocar os colegas a participar do abraço ao Hospital doInstituto de Aposentadoria dos Servidores do Estado (Iaserj) “queo governador quer dar para o Inca [Instituto Nacional do Câncer]”.“O prédio é colado no Inca e foi doado hámuito tempo pela família Pedro Ernesto para ser o hospital dosservidores. Agora, querem passar para o governo federal sem respeitarnem a vontade dos doadores”, declarou. Pedro Ernesto foiprefeito do Rio de Janeiro entre 1931 e 1936, instituiu os desfilesoficiais das escolas de samba em 1932 e empresta seu nome àprincipal condecoração concedida pela CâmaraMunicipal.