Crise no Senado: parlamentares avaliam com cautela medidas anunciadas por Sarney

19/06/2009 - 15h14

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As novas medidasadministrativas anunciadas hoje (19) pelo presidente do Senado, JoséSarney (PMDB-AP), foram avaliadas com cautela por alguns senadoresouvidos pela Agência Brasil. Cristovam Buarque (PDT-DF),integrante da comissão que apresentou a Sarney propostas para dartransparência às investigações, disse que só se pronunciará naterça-feira (23), após a reunião da Mesa Diretora que analisaráas reivindicações dos parlamentares.No entanto, Cristovamelogiou a iniciativa de Sarney em requerer ao Ministério Público eao Tribunal de Contas da União (TCU) a participação na comissãode sindicância criada hoje. Ela investigará a informação de que oex-diretor-geral Agaciel Maia e o ex-diretor de Recursos Humanos JoãoCarlos Zoghbi determinavam quais atos seriam publicados nos boletinsadministrativos e quais deveriam ser mantidos em segredo.O pedetista tambémconsiderou positiva a decisão do presidente de antecipar a entradaem vigor do Portal da Transparência do Senado. Inicialmente, aprevisão era que o portal fosse criado na internet em julho.O senador RenatoCasagrande (PSB-ES) defende que se dê “um crédito de confiança”a Sarney. “Ele sabe que daqui para frente todas as medidasanunciadas serão fiscalizadas.” Casagrande disse que um técnicoda Comissão de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle acompanharáo trabalho da sindicância.Já o vice-líder doPSDB, Álvaro Dias (PR), considera que a convocação do MinistérioPúblico e do Tribunal de Contas da União é uma atitude que deveriater sido tomada logo que as primeiras denúncias de irregularidadesforam publicadas na imprensa. “As respostas deveriam ter sido maisrápidas e veementes.”Álvaro Dias pensadiferente de Sarney sobre a eventualidade de os trabalhos deinvestigação comprovaram a participação de algum senador. Para opresidente, nesta hipótese, o caso deve ser remetido parainvestigação do Supremo Tribunal Federal (STF) e não caberiaprocesso no Conselho de Ética por quebra de decoro. “Há essapossibilidade e a iniciativa é viável, bastando que um partidoencaminhe a representação à Mesa Diretora”, disse o senadortucano.O líder do DEM, JoséAgripino Maia (RN), destacou que a decisão de colocar o TCU e oMinistério Público nas investigações “dará clareza” àsindicância. Ele qualificou de “meritória” a iniciativa deSarney de antecipar a divulgação dos atos do Senado na internet,por meio do Portal da Transparência, assim como determinar umaauditoria na folha de pagamentos dos servidores.